Por que peixe não é considerado carne na Quaresma?
Há quem jure que existe uma origem nas escrituras, mas, na prática não é bem assim. A Quaresma é o período de preparação para a Páscoa, uma época de viver de forma simples, de praticar o jejum, a abstinência, a reflexão espiritual e a penitência. Também é o período de trocar a carne bovina, de frango e suína por um pedaço de peixe. A maioria dos cristãos associa a Quaresma aos quarenta dias que Jesus passou em jejum no deserto. Mas, também, não foi assim que essa ideia varou séculos.
A tradição do número quarenta.
O número quarenta tem forte simbologia na Bíblia: quarenta dias de dilúvio, quarenta anos de peregrinação do povo judeu, quarenta dias de Moisés na Montanha..... essa tradição dos quarenta de jejum vem da força desse número.
Carne vermelha era símbolo de opulência.
Desde a Antiguidade, para muitos povos, a carne de vaca era símbolo de opulência. Por isso, consumi-la durante a Quaresma não fazia jus às práticas humildes que deveriam ser praticadas na Quaresma. Mas isso não responde porque liberaram o peixe e proibiram as carnes de frango e suína.
É para evitar sexo e prazer!
Vamos então ao século XIII, quando a proibição de carnes de vaca, suína e de frango se estabeleceu de vez. São Tomas de Aquino dizia que essa proibição estava diretamente relacionada com o sexo e o prazer. Naquela época, acreditavam que comer refeições mais "parrudas", com carne vermelha, não só eram mais gostosas, como aumentava a produção de sêmen. E esse aumento levaria a uma libido maior (entendimento apenas religioso, cientificamente está incorreto). São Tomas de Aquino diz que a carne de frango também dá prazer, já que é um animal de "sangue quente e da terra", diferenciando-se do peixe.