Quando o ópio era muito usado para o crescimento do pênis
O médico inglês John Jones escreveu, em 1.700, um livro titulado de "Como revelar os mistérios do ópio". Nele, fala dos benefícios dessa substância: "Normalmente o ópio tira a dor mediante a distração e o relaxamento provocados pelo prazer e sua incompatibilidade com a dor", "previne e tira o pesadelo, o medo, as angústias, o mal gênio e o desassossego". E o mais interessante e equivocado: "torna as pessoas mais aptas para os negócios".
Entusiasmo dos médicos e tamanho do pênis.
Nessa época, o ópio era receitado para tudo. Os médicos estavam extremamente exaltados com a teórica capacidade do ópio. O recomendavam para a gota, gripe, varíola, cólica, sarampo, vomito, dores menstruais e convulsões. Mas o que efetivamente levou o ópio aos píncaro dos medicamentos foi seus pressupostos efeitos afrodisíacos e o mais inacreditável: aumentar o tamanho do pênis.
A era dos láudanos.
Ainda que o ópio fosse conhecido desde a Antiguidade, seu auge começou no Renascimento quando a expansão comercial da Europa aumentou os contatos com a Pérsia, Oriente Médio e Índia. Naquelas regiões, o Corão proibia o consumo do vinho, mas nada dizia sobre o do ópio (e nem da maconha). No século XVI, quando os portugueses e espanhóis chegavam no Brasil, o famoso medico Paracelso deu o nome de "láudano" a alguns medicamentos feitos à base de ópio. Eram bálsamos feitos com ópio, almíscar e âmbar. Dai em diante, por séculos, o ópio adquiriu a fama de remédio quase milagroso e passou a ser bebido, diluído em vinho, açafrão, cravo e canela. Curava e proporcionava bem estar. Logo se tornaria exclusivo de gente rica e famosa. Benjamin Franklin o usou. O famoso poeta Coleridge era usuário. Vários reis consumiam ópio em larga escala. Rousseau, não só consumia, como dava a outras pessoas.
A guerra do ópio e contra seu uso.
Essa é uma história de imensa hipocrisia. O único país do mundo que proibia o uso do ópio era a China. Como os ingleses nada tinham a oferecer aos chineses nas aquisições de chá, seda e porcelana, moveram duas guerras para levar o ópio da Índia para a China. Criaram as casas de fumadores de ópio, uma invenção para atrair e baratear seu uso. Mas, ao mesmo tempo, proibiram o ópio na Inglaterra e passaram a persegui-lo usando violência. O consumo do ópio e de seus derivados - morfina e heroína - tornaram-se populares.