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Em Pauta

"Sim" ou "não": as regras eleitorais nos países comunistas

Mário Sérgio Lorenzetto | 21/10/2022 08:34
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Quem criou o modelo foram os bolcheviques. O país, eternamente administrado por czares (césares,reis), extremamente autoritários, passou a ser governado pelos "sovietes" (conselhos, associações, em russo). Parecia que passaria a ser uma democracia. Mas não deu certo. Lenin até tentou, mas, quando a maioria dos sovietes não elegeu os bolcheviques como líderes, em março de 1.918, os sovietes municipais foram fechados. Como ainda assim, não foi suficiente, em 1.921, Lenin baniu provisoriamente as facções. O "provisório", ficou valendo até 1.989. Na prática, o Soviete Supremo era bicameral, eram eleitos deputados e senadores, como no Brasil. As eleições eram distritais, modelo inexistente no Brasil. Mas, para não dar espaço às oposições, em cada distrito só poderia haver um candidato, devidamente chancelado pelos comunistas. O eleitor recebia uma cédula com um nome e só poderia assinalar "sim" ou "não".


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Oposição é "legal" em Cuba.

Em Cuba, os partidos de oposição são legais. Mas nenhum partido, inclusive o comunista, pode fazer campanha. Candidatos à Assembleia Nacional de Cuba são escolhidos diretamente, por voto secreto. Tal como na antiga União Soviética, as cédulas eleitorais tem um só nome. E o eleitor marca "sim" ou "não". Esse candidato único é escolhido por assembleias de jovens, trabalhadores e demais setores da sociedade. O problema é que ele tem de ser ungido pelos Comitês de Defesa da Revolução, uma rede voluntária de dedos-duros existente em cada bairro.


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China tem até boca de urna.

A China não seguiu o "modelito" soviético. Por lá, o "pau come" nas eleições regionais. Além do Partido Comunista Chinês, existem nove partidos políticos. As eleições diretas são para o Congresso Regional. Esses deputados, elegem os membros do Congresso Provincial. E este último, elege o Congresso Nacional do Povo. Foi esse Congresso Nacional que acabou de reeleger Xi Jiping. E não foi fácil, no Congresso Nacional tem mais de 800 oposicionistas. Nessa casa de leis há muitas disputas. As eleições para o Congresso Regional, a base da organização chinesa, tem por instrumento o voto secreto, e são muito concorridas. Há uma lei que pode parecer estranha para os brasileiros: é proibido ter só candidato do partido comunista. Pelo menos em uma instância - eleição para o Congresso Nacional - não há muita diferença do modelo adotado pelo  Brasil.

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