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Em Pauta

Uma campanha eleitoral em Pompeia. A arte da propaganda

Mário Sérgio Lorenzetto | 02/02/2023 10:39
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

A cada ano, com a chegada da primavera, a paixão política se apoderava dos habitantes de Pompeia. O mercado, as tavernas, as termas pareciam um vespeiro com comentários a favor e contra candidatos. As paredes das casas e dos estabelecimentos se enchiam de cartazes eleitorais. Foi sob o Império Romano que a democracia, como hoje a entendemos, nasceu e se consolidou.


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Três poderes.

A política de Pompeia estava dominada pelo "Conselho" (ordo decurionum). Era uma assembleia, assemelhada ao nosso Senado, composta por cem decuriões. Eram vitalícios e eles mesmos designavam os novos membros do Conselho em caso de morte ou de mudança para outra cidade. As decisões desse Conselho eram executaras por dois tipos de "Magistrados", que eram eleitos pelo povo. Por um lado, estavam os "duunviros", magistrados superiores, responsáveis pelos assuntos jurídicos e econômicos da cidade. Seus mandatos coincidiam com o censo a cada cinco anos. E havia os magistrados denominados "edis", encarregados das ruas, estradas, a fiscalização do mercado e a manutenção da ordem pública.


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Mulher não.

Nem todos os habitantes de Pompeia podiam participar das eleições desse dois cargos. Escravos, mulheres e crianças não tinham direito ao voto. Todavia, as mulheres participavam ativamente da campanha eleitoral e eram consideradas como fundamentais na arte da propaganda. Os candidatos tinham de cumprir uma série de exigências: ter mais de 25 anos, ter nascido homem livre e residir na cidade. Os dois cargos não eram remunerados e se esperava que tivessem gastos generosos em favor dos eleitores durante a campanha.


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Pão, circo e religião.

Importantes somas era gastas pelos candidatos nas eleições. Organizavam espetáculos teatrais e de gladiadores, construíam templos a alguns deuses e o mais interessante: ao invés de retirarem dinheiro dos cofres públicos, doavam para o erário. A campanha durava três semanas após a publicação das listas de candidatos que se dava a conhecer no foro à vista de todos.


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Cartazes eleitorais até nas tumbas.

Encontraram em Pompeia em torno de 2.500 cartazes eleitorais pintados em preto e vermelho. Eram pintados em todos os lugares mais concorridos: cruzamentos importantes, ruas comerciais, em torno das diversas portas da cidade, além dos bairros onde residiam os candidatos. Inclusive eram colocados nas tumbas, sitiadas nas margens das vias que saiam da cidade, portanto, locais de passagem obrigatória. Eram pintados profissionais que trabalhavam à noite e seguiam um esquema prefixado. Em elegantes letras grandes, aparecia o nome do candidato e o cargo a que aspirava, embaixo, vinha a exortação a sua honestidade. Não existiam as famosas promessas tão em voga na atualidade.

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