Uma história sexual, política e social do bigode
Mário Sérgio Lorenzetto | 28/09/2022 11:10
Inicialmente, o bigode estava relacionado com a guerra: gregos e romanos consideravam a barba cheia um símbolo de hombridade. Os romanos começaram a podar as barbas e deixar só o bigode para que os inimigos não pudessem agarrá-la em plena batalha. Começava a moda do bigode. Mas, também, já estiveram relacionados com o amor: no século XIX, os britânicos deixavam o bigode para assinalar que estavam solteiros e tinham boa posição social. O marketing não sabe o que fazer com os bigodes. Há teses que afirmam que homens com barba ou bigode, bem cuidados, inspiram confiança e vendem mais. Outros relacionam, todavia, o bigode com o que há de pior no militarismo do século XX, Hitler e Franco usavam bigode e inspiram tudo, menos confiança.
Bigode e alcoolismo, as pesquisas.
Nos Estados Unidos existe, desde 1.965, um grupo denominado American Mustache Institute que realizam pesquisas de opinião pública sobre esse tema. Uma delas, afirmava que 73% da população relacionava bigode com alcoolismo. Outra, dizia que bigode só era aceitável em chefes para 30% da população.
Nos Estados Unidos existe, desde 1.965, um grupo denominado American Mustache Institute que realizam pesquisas de opinião pública sobre esse tema. Uma delas, afirmava que 73% da população relacionava bigode com alcoolismo. Outra, dizia que bigode só era aceitável em chefes para 30% da população.
O bigode político.
O bigode é a entrada do homem na política. A sombra do bigode é o primeiro sinal de que deixamos para trás a infância. É um rito de passagem para converter-nos em eleitores. Pode ser de esquerda ou de direita, conforme o país. Nos Estados Unidos, o bigode, regra geral, é de esquerda, especialmente ligado ao anarquismo . Já na Espanha, é uma declaração de homens de direita, que se apegam à imagem de Franco.
O bigode é a entrada do homem na política. A sombra do bigode é o primeiro sinal de que deixamos para trás a infância. É um rito de passagem para converter-nos em eleitores. Pode ser de esquerda ou de direita, conforme o país. Nos Estados Unidos, o bigode, regra geral, é de esquerda, especialmente ligado ao anarquismo . Já na Espanha, é uma declaração de homens de direita, que se apegam à imagem de Franco.
O bigode é gay?
Há, de fato, vinte anos de apropriação dos bigodes pelos gays. Nos anos setenta e oitenta, o cantor Freddie Mercury converte o bigode em um símbolo gay (Mercury jamais saiu do armário). Nessa época, os heterossexuais passaram a evitá-lo. Só havia dois homens heterossexuais públicos que o usavam: os atores Burt Reynolds e Tom Selleck.
Há, de fato, vinte anos de apropriação dos bigodes pelos gays. Nos anos setenta e oitenta, o cantor Freddie Mercury converte o bigode em um símbolo gay (Mercury jamais saiu do armário). Nessa época, os heterossexuais passaram a evitá-lo. Só havia dois homens heterossexuais públicos que o usavam: os atores Burt Reynolds e Tom Selleck.
Mulheres bigodudas.
Logo a seguir, nos anos noventa, passaram a buscar uma estética mais limpa e natural. Quem comandava a limpeza facial eram os anúncios da Calvin Klein. Seguiram o mesmo rumo a MTV, colocando o bigode como de séculos passados. Só passam a existir quando fazem referência ao passado ou ao desleixo. Só retornaram à cena com o movimento grunge. Até chegar ao movimento feminista. Na atualidade, raspar totalmente o bigode, deixou de ser uma atitude aceitável para as feministas mais radicais. O véu acima dos lábios para algumas mulheres, é um marco desta década. Mas precisam de muita coragem. Parece ser inspirado em Frida Kahlo.
Logo a seguir, nos anos noventa, passaram a buscar uma estética mais limpa e natural. Quem comandava a limpeza facial eram os anúncios da Calvin Klein. Seguiram o mesmo rumo a MTV, colocando o bigode como de séculos passados. Só passam a existir quando fazem referência ao passado ou ao desleixo. Só retornaram à cena com o movimento grunge. Até chegar ao movimento feminista. Na atualidade, raspar totalmente o bigode, deixou de ser uma atitude aceitável para as feministas mais radicais. O véu acima dos lábios para algumas mulheres, é um marco desta década. Mas precisam de muita coragem. Parece ser inspirado em Frida Kahlo.