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Em Pauta

Urna eletrônica ou voto impresso? Entenda o debate incendiário

Mário Sérgio Lorenzetto | 05/08/2021 08:02
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Há onze eleições, o Brasil usa urnas eletrônicas sem grandes problemas técnicos. Fraude? A única acusação foi a feita por Aécio Neves, um político sem credibilidade. Essa acusação morreu no nascedouro. Ninguém acreditou, não tinha lastro algum. A verdade é que as urnas eletrônicas tem funcionado bem. Por outro lado, tudo que é bom, pode ser melhorado. Acoplar impressoras nas urnas, melhoraria a segurança das eleições.


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Não é levar o voto impresso para casa.

Há muita desinformação nesse debate. Muitos estão pensando que passariam a levar o voto impresso para casa. Isso é impensável, facilitaria a checagem da venda de votos. A proposta do bolsonarismo é acoplar uma impressora à urna eletrônica. Assim que o eleitor confirmasse seus votos, a urna imprimiria um papelzinho. A pessoa enxergaria esse papel através de uma janelinha, daria o OK e esse papelzinho cairia em uma urna física, um saco lacrado. Se o resultado da eleição for questionado, o saco pode ser aberto e contabilizado. Seria feita uma contagem manual.


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O ranking de países que usam urna eletrônica e os que usam voto impresso.

A Folha de São Paulo fez uma pequena lista de países que adotam a urna eletrônica e aqueles que usam o voto impresso, a proposta bolsonarista. Rússia, Bélgica, Índia, Argentina e alguns Estados norte-americanos, adotam diferentes sistemas de voto eletrônico, mas sempre com comprovantes ou cédulas de papel. Igual o nosso sistema, somente o Butão e Bangladesh tem voto eletrônico sem papel impresso.


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O experimento de 2002.

Muitos esqueceram que esse sistema de acoplagem de impressora à urna eletrônica já foi testado no Brasil. Naquele ano, cerca de 19 mil urnas, espalhadas por todos os Estados brasileiros, 5% do total brasileiro, tinham impressora. As urnas com impressora deram mais problemas técnicos. Pouco mais de 5% dessa urnas com impressoras tiveram de ser trocadas. É um índice de falhas bem maior que o do Brasil como um todo: mais de 1%. Era esperado. Todos sabem que as impressoras são aparelhos de baixa qualidade. Feitas para serem usadas e trocadas rapidamente.


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O bafafá de Brasília.

Se no país inteiro, o experimento não deu um problema insolúvel, em Brasília, o pau comeu. Algo como 42% das urnas deram problemas. Pior, tiveram de usar o "voto cantado". Esse sistema ocorre quando a urna eletrônica não pode ser substituída e passam a usar cédulas de papel. Na apuração, um mesário lê em voz alta cada um dos votos para que outro mesário os digite. É óbvio que isso é o retorno a um passado distante, onde as apurações eram verdadeiros campos de guerra.


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Voto impresso não é viável para 2022.

Como se percebe, o voto impresso proposto por Bolsonaro não é um bicho de sete cabeças. Ele é um complemento que pode deixar as eleições ainda mais seguras. Há aumento substancial de despesas, mas é aceitável. O problema fundamental é o tempo. É impraticável para 2022.


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Como comprar e testar 500 mil impressoras?

A Justiça Eleitoral teria de criar um novo padrão tecnológico com todas as especificações e mecanismos de segurança, submetê-lo à revisão de especialistas independentes, realizar uma licitação gigantesca e complexa, que envolve até questões de segurança e soberania nacional. Basta pensar: empresas estrangeiras poderiam dela participar? As nacionais conseguiriam montar essas máquinas em um curtíssimo espaço de tempo? E ainda teriam de treinar 2 milhões de mesários para a novidade. Só milagre para termos voto impresso em 2022.

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