Como montar uma reserva de emergência? Quanto eu preciso ter?
A empresa passou por maus bocados e uma enxurrada de trabalhadores inclusive você foram desligados da mesma. Um sinistro acometeu seu imóvel, mas o seguro não cobre este tipo de dano. Um familiar próximo teve um acidente, ou foi diagnosticado com uma doença grave que requer grandes despesas com o tratamento e medicação. Todos esses casos são exemplos de situações extremas que ninguém imagina que possa acometer suas vidas. O fato é que poucas pessoas se preparam para imprevistos que exigem mais de nossa capacidade financeira, e como consequência as dividas podem surgir e fazer ruir tudo o que foi construído até o momento.
Com estes exemplos fica obvia a necessidade e importância de se construir a chamada reserva de emergência. A reserva de emergência deve ser o “primeiro investimento” de qualquer pessoa. Não adianta pensar na aposentadoria, investir em imóveis, ou ações sem antes guardar uma reserva para as necessidades imediatas. Para começar a principal referencia deve ser o seu padrão de vida atual. Quanto maiores os “gastos mensais” da família (não os rendimentos), maior a reserva. Em caso de desemprego, o mais confortável seria economizar o valor equivalente á um ano de despesas. Por exemplo, se a pessoa tem um gasto mensal de R$ 1,5 mil, ela deve ter uma reserva de pelo menos R$ 18 mil. Mas o tamanho da reserva pode variar conforme o risco de ficar sem renda. Um funcionário público, por exemplo, pode destinar apenas 3 (três) meses das despesas para este fim, pois essa possibilidade é baixa depois de conquistada a estabilidade. Já um funcionário do setor privado possui um risco maior de perder seu emprego, precisando poupar um pouco mais. Outros profissionais são ainda mais sujeitos ao risco de desemprego, como pequenos empresários e profissionais liberais. Para eles a reserva recomendada é de 12 meses de gastos. Pode levar alguns meses para completar o investimento, ou até alguns anos, dependendo da capacidade de poupança de cada pessoa. Uma dica importante é a de destinar pelo menos 10% de sua renda mensal para construir essa reserva.
A primeira coisa ao começar a investir para criar uma reserva de emergência, é esquecer a rentabilidade e pensar em acumular patrimônio. O rendimento da aplicação não importa muito, mas sim o baixo risco, e a liquidez diária, que permitam resgatar o dinheiro assim que ele for necessário. A caderneta de poupança e os CDBs (Certificados de Depósito Interbancário), e os títulos de curto prazo do Tesouro Direto possuem estas características (liquidez e segurança), além de alguns fundos DI. Poupança e CDBs são garantidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que garantem seu investimento em até R$ 250 mil por cpf. Isso significa que, se o banco quebrar, o fundo ressarci o investidor até este limite. Após completar o valor estipulado para a reserva, você pode parar de aplicar e deixar o dinheiro intocado para quando for necessário. Lembre-se sempre de utilizar esta reserva apenas para “necessidades”, pois esta é a finalidade deste recurso. Fica o exemplo da própria natureza onde muitos seres vivos possuem á sabedoria de colher no verão para usufruir no inverno.
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(*) Emanuel Gutierrez Steffen – Opatriarca.com.br