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Finanças & Investimentos

Como sair do Vermelho!

Emanuel Gutierrez Steffen (*) | 30/08/2013 08:07

Em nossos artigos já conhecemos os diferentes produtos financeiros que permitem fazer render o dinheiro disponível para aplicação. Até aqui abordamos o que fazer com as sobras de nosso orçamento. Mas o que fazer quando a situação é inversa, ou seja, quando os recursos são insuficientes para honrar compromissos, e até mesmo para manter um padrão básico de vida? Apesar da variedade de produtos de investimentos disponíveis a realidade dos brasileiros ainda é outra muito distante da perspectiva dos investidores. Quase metade (isso mesmo metade) da renda das famílias brasileiras esta comprometida com dívidas.

Segundo dados do Bacen Banco Central divulgado em Junho, o endividamento das famílias brasileiras atingiu 44,2% em Abril, o maior índice desde 2005. Isso significa que a dívida com os bancos tem comprometido quase metade da renda familiar. Além disso, dados do Serasa Expiriam mostram que no primeiro semestre de 2013 houve um crescimento de 5,6% na inadimplência. O “ciclo de endividamento” (bola de neve) geralmente tem origem na compra da casa própria ou do carro, justamente os dois maiores sonhos de consumo do brasileiro. Mas o que fazer para sair desta situação? Acompanhe logo abaixo algumas dicas que podem lhe auxiliar.

1 - Crie uma planilha ou um documento de orçamento doméstico que lhe permita conhecer de onde o seu dinheiro vem e para onde está indo. Classifique todos os seus gastos em essenciais e não essenciais. Quando possível, troque os gastos com produtos e serviços essenciais (como a conta de água, energia e telefone por outras de menor valor. Elimine gastos superfulos - TV a cabo, celulares etc.)

2 - Busque fontes de renda alternativas para incrementar seu orçamento. Um passa a tempo, ou habilidades que possam ser “convertidos” em remuneração, como docerias, entregas, dar aulas.

3 - Procure a ajuda de parentes e amigos próximos – Este é um item delicado devido ao risco que as finanças provocam em qualquer tipo de relação (amigo, parentes, casais). Essa opção deve ser muito bem analisada, caso o leitor disponha de pessoas que estão realmente dispostas a lhe ajudar realmente, e não á “comprar” seu favor. O desconforto gerado (constrangimentos) podem significar o fim de uma amizade, ou mesmo a quebra de um vinculo familiar. Por isso, cuidado!

4 - Parece clichê dizer isto, mas é extremamente essencial. Procure renegociar as dividas com um prazo mais longo e com parcelas menores que caibam em seu orçamento e não comprometam os seus gastos essenciais. Se estiver sendo procurado por empresas de recuperação de crédito, saiba que elas têm autonomia para dar descontos de 30% a 80%. Renegocie.

5 - Reveja o seu estilo de vida em relação as suas finanças e consumo, e determine para você um projeto de vida. O descontrole financeiro pode acontecer por dois motivos: o descontrole pessoal; ou situações inesperadas. Em todos os casos a responsabilidade sempre é da pessoa, pois mesmo nos casos de situações inesperadas como uma doença, ou a perda do emprego, é responsabilidade da pessoa de manter uma poupança para estas situações como estas, que lhe garantam pelo menos alguns meses de rendimentos ou renda extra.

6 - Verifique com o empregador a possibilidade de receber o salário por cheque ou dinheiro, para não correr o risco de ver seu dinheiro “sumir” da conta. Procure o gerente do banco e peça que reúna no mesmo pacote todas as dívidas do cartão e demais empréstimos. Negocie uma linha de crédito mais alongada com juros e prestações menores.

7 - Busque apoio de amigos e familiares. Fique próximo á pessoas que você tenha liberdade de compartilhar sua situação. Geralmente é nesses momentos que podemos identificar os verdadeiros amigos que permanecem ao seu lado, que compreendam, e respeitem sua situação. Talvez as baladas, e os cineminhas, serão trocados por outras formas de diversão que não envolva grandes gastos.

9 - Não fique preso á sua divida 24hrs. Um ponto importante é não se concentrar na divida. Após detalhar e colocar em prática o seu plano de resgate financeiro, procure se distrair, não comprometa seu presente, talvez uma caminhada no parque, piqueniques, reuniões em casa com amigos onde a comida ou os gatos são compartilhados. Continue vivendo, enquanto se recupera do tombo.

10 - Aprenda a lição. Compreenda que está é uma importante ocasião para revisar como a situação chegou ao patamar que chegou, e quais os comportamentos que devem ser adotados para não se passar por isso novamente. Mude sua maneira de pensar o seu dinheiro, suas vida financeira, e como organizar, e acompanhar o seu orçamento pessoal.

Em caso de dividas com cartão de crédito, se você quita só a parcela mínima do cartão está pagando apenas os juros. O limite do cartão engana, mas o valor real que pode ser gasto se restringe ao que sobra de sua remuneração, descontada as despesas fixas e as prestações. Do contrário você não conseguirá pagar o total da fatura no vencimento. A dívida real continua no rotativo, gerando juros no mês seguinte. Se pagar o mínimo tem se tornado constante, você está em perigo financeiro. Antes de a dívida se aprofundar, peça ao gerente a redução do limite e faça corte nas despesas.

Importante lembrar que depois de tomadas todas estas medidas a consciência do momento de recuperação e o aprendizado são fundamentais para “dar a volta por cima” na vida financeira, pois propiciam a experiência para não mais cair nas “armadilhas” do consumo não programado, do cheque especial, do cartão de crédito, e do estilo de vida incompatível com os rendimentos auferidos. Com toda a certeza, a fase de recuperação vai ser difícil e provavelmente longa, mas com disciplina e dedicação, não é impossível de se obter êxito. E você leitor já passou por alguma situação de “aperto financeiro”? Conte para nós como foi sua recuperação e quais as medidas que tomou (ou esta tomando) para se recuperar. Compartilhe também qual lição você aprendeu e qual o seu comportamento financeiro hoje. Até o próximo artigo!

Disclaimer – A informação contida nestes artigos, ou em qualquer outra publicação relacionada com o nome do autor, não constitui orientação direta ou indicação de produtos de investimentos. Antes de começar a operar no SFN - Sistema Financeiro Nacional o leitor deverá aprofundar seus conhecimentos, buscando auxílio de profissionais habilitados para análise de seu perfil específico. Portanto, fica o autor isento de qualquer responsabilidade pelos atos cometidos de terceiros e suas consequências.

(*) Emanuel Gutierrez Steffen – Criador do portal www.manualinvest.com

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