Conselhos de Warren Buffett para investidores em 2014
Amigo leitor, acredito muito na velha estratégia de “aprender” com o que esta dando certo. Quando o assunto são investimentos e finanças pessoais, nada melhor do que se sentar e ouvir (afinal temos 2 ouvidos) um pouquinho, o que tem a dizer aqueles que possuem legitimidade neste tema, e que portanto se tornaram referência, seja por sua experiência, seu sucesso, ou resultados. No artigo de hoje faço uma transcrição dos conselhos do megainvestidor Warren Buffett, nada mais nada menos, que o 3º homem mais rico do planeta. Warren Buffet tem o hábito de escrever anualmente cartas aos acionistas de sua holding, a Berkshire Hathaway, revelando um pouco sua visão sobre seus investimentos e mercados. Na carta (publicada esta segunda-feira pela revista Fortune), Buffett embasa seus conselhos em dois investimentos imobiliários que lhe renderam bons frutos: a compra de uma fazenda no estado norte-americano de Nebraska em 1986, e a compra de um edifício comercial próximo à Universidade de Nova York (NYU) em 1993 – ambas as compras ocorreram após o estouro de uma bolha imobiliária. A partir desses dois bem-sucedidos exemplos, Buffett elencou, em tópicos, algumas boas dicas para os investidores. Sendo assim convido a você leitor a ponderar comigo algumas das lições do bilionário.
1 “Você não precisa ser um expert para atingir níveis de retorno satisfatórios em seus investimentos.”: “Mas se você não é, você deve reconhecer suas limitações e seguir um percurso que certamente vá funcionar razoavelmente bem. Mantenha as coisas simples e não tente alcançar altos retornos. Quando receber promessas de ganhos rápidos, reaja com um rápido ‘não’,” diz Buffett. Ao contar a história dos dois investimentos imobiliários que ilustram sua estratégia, Buffett lembra que não entendia – e ainda não entende – nada sobre tocar uma fazenda, e que também não é nenhum especialista em administrar edifícios comerciais. Em ambas as ocasiões, o megainvestidor pediu ajuda a quem entendia: no primeiro caso, um de seus filhos, que investe em agricultura; no outro, com um grupo de investidores que contava com um especialista em mercado imobiliário entre seus membros. Este, por sua vez, ficou responsável por administrar o edifício. Buffett não só admitiu suas limitações, como também projetou retornos conservadores e que demorariam a chegar; mas, a seu ver, eram suficientes. “Os lucros, tanto da fazenda quanto do imóvel da NYU, vão provavelmente crescer nas próximas décadas. Embora os ganhos não devam ser dramáticos, os dois investimentos serão propriedades sólidas e satisfatórias tanto para o meu tempo de vida quanto, subsequentemente, para meus filhos e netos”, conclui Buffett, na carta.
2 “Foque na produtividade futura do ativo que você está considerando.”: “Se você não se sente confortável em esboçar uma estimativa para os lucros futuros do ativo, esqueça-o e siga em frente. Ninguém tem a habilidade de avaliar cada possibilidade de investimento. Mas a onisciência não é necessária, você só precisa entender as ações que você leva a cabo,” diz Buffett. Nos dois investimentos citados por Buffett ele foi capaz, com ajuda de pessoas mais experientes na área, de estimar um retorno de 10% para o investimento. Buffett acrescenta, na carta, que quando ele e o vice-presidente da Berkshire Charlie Munger não conseguem estimar os ganhos futuros de uma ação ou negócio, “o que costuma ser o caso”, eles simplesmente passam adiante, para outra ideia de investimento.
3 “Se você foca na mudança de preço esperada para a compra que você está contemplando, você está especulando.”: O fato de que determinado ativo se valorizou no passado recente nunca é uma razão para comprá-lo”, diz Buffett. Para se decidir por investir na fazenda e no edifício comercial, Buffett projetou os retornos sustentados das propriedades e avaliou se eram satisfatórios; ele não focou em quanto os imóveis poderiam se valorizar com os anos, fator bem mais difícil de estimar. É a mesma diferença entre o investidor que compra um imóvel para lucrar com sua valorização (especulador) e aquele que o compra para ganhar um retorno constante – e bom, em relação ao que foi pago na compra – com o aluguel, independentemente de sua eventual valorização.
4 “Com meus dois pequenos investimentos, eu pensei apenas no que as propriedades iriam produzir, e não me importei com sua precificação diária.”: Isso porque, crê Buffett, o excesso de informações, comentários e previsões sobre o mercado de ações insta os investidores a não só prestar atenção a todos eles como também a agir conforme esses dados. “Pessoas que conseguem ficar quietinhas por décadas quando possuem fazendas ou casas frequentemente ficam frenéticas quando são expostas ao fluxo das cotações das ações e aos comentadores que as acompanham, passando uma mensagem implícita de ‘não fique aí parado – faça algo’”, diz Buffett em sua carta. “Então ignore a conversa fiada, mantenha seus custos mínimos e invista em ações como investiria em uma fazenda”, aconselha.
5 “Ter opiniões macroeconômicas ou ouvir às opiniões macroeconômicas e previsões de mercado dos outros é uma perda de tempo.”: O megainvestidor sustenta que durante a crise econômica de 2008 ele sequer pensou em vender sua fazenda ou sua propriedade próxima à NYU, apesar da recessão iminente. Da mesma forma, não pensou em vender as ações que, para ele, eram pequenas participações em “negócios maravilhosos”. Sua tese é a de que, embora eventualmente algum negócio possa decepcionar, eles irão se sair bem no conjunto. Além disso, na opinião dele, uma recessão não seria capaz de destruir por completo ativos altamente produtivos. Segundo Buffett, durante os 54 anos em que trabalhou com Charles Munger, eles nunca renunciaram a um negócio atrativo por causa do ambiente macroeconômico ou político ou pelas visões de outras pessoas.
Fonte informações: fortune/exame
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(*) Emanuel Gutierrez Steffen– Criador do portal www.manualinvest.com