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Finanças & Investimentos

Investir em um negócio próprio?

Emanuel Gutierrez Steffen (*) | 04/09/2013 07:45

Milhares de brasileiros sonham em um dia ter o seu próprio negócio. Nos últimos cinco anos, em média, mais de 600 mil novos negócios, anualmente, foram registrados no Brasil. Além disso, quase 22 milhões de brasileiros já praticam algum tipo de atividade empreendedora, o que representa 17% da população do País. Levados pelo desejo de independência, realização, liberdade para planejar e criar, muitos ainda possuem a visão errada desta jornada, como se está fosse mais fácil que á de um “emprego convencional”. A abertura de um negócio próprio também é um tipo de produto de investimento, pois o mesmo só se inicia com uma quantia de capital pré-definida para custeio das operações iniciais. Investimentos em empresas são classificados como investimentos em renda variável e de alto risco, pois mesmo com as análises de negócio e planejamento prévio, os riscos (de mercado, operacional e outros) lhe são inerentes. Toda a empreitada “só vale á pena” se seu custo de oportunidade for superior aos demais produtos de investimento disponíveis no mercado financeiro.

Talvez esta seja á modalidade de investimento escolhida pelo leitor. Mas não se iluda frente a estes números tão empolgantes, pois os dados do SEBRAE nacional revelam que a “mortalidade” entre as empresas nascentes é de mais de 50 % já nos primeiros 5 anos de atividade. Quando se trata de empresa, assim com em investimentos, todo o cuidado é pouco, pois os riscos envolvidos são muitos altos e a possibilidade de perda do capital inicial (ou até mais) é muito grande caso não haja o correto planejamento e execução posterior. Por isso algumas dicas são muitos importantes de serem observadas antes de abertura:

1 - Defina se você tem este perfil. Ao contrário do que muitos pensam um negócio próprio não é “todo o encanto” que se imagina (não ter patrão, horários, ou metas..). Muitas vezes o dono de uma empresa trabalha mais do que um funcionário, pois por ser dono, o seu expediente nunca termina, sendo responsável pela condução de seu negócio aos sábados, domingos e feriados. A instabilidade também é um fator a ser analisado. Se você leitor gosta da certeza de receber o seu salário corretamente todo o mês para honrar suas dividas e compromissos, talvez seja melhor repensar sua opção, pois todo o resultado apresentado pela empresa em um determinado período depende diretamente do esforço do proprietário. Ou seja, não produziu não recebe, ao contrário da proteção oferecida por sindicatos ou pisos de categorias profissionais. Note também que alguns setores econômicos passam por longos períodos onde as vendas sobem e descem freneticamente (a chamada sazonalidade), afetando diretamente os seus resultados econômicos.

2 - Além de habilidades comportamentais como automotivação, e capacidade de correr riscos calculados, é igualmente importante desenvolver habilidades técnicas de gerenciamento e gestão. Itens como controle de estoque, controle do fluxo de caixa, gerenciamento de funcionários, planejamento estratégico, estratégia de marketing, vendas e etc. farão parte do seu dia-a-dia, o que torna essencial o domínio destas ferramentas.

3 - Identifique uma oportunidade viável. Procure por setores econômicos em que você tenha afinidade seja por “hobby” ou experiência, mas principalmente aqueles que estão em pleno crescimento. Você pode encontrar estas informações em publicações especializadas como jornais econômicos e revistas.

4 - Após identificar uma oportunidade começa a definir se ela é viável, ou seja, se é capaz de dar um lucro que compense toda a empreitada. Para isso comece a criar um plano de negócio. O plano de negócio é um documento que resume as principais características de seu negócio, e auxiliam o empreendedor a pensar sua ideia e dar forma ao estudo que servirá como base para a decisão final de viabilidade do investimento. Servirá de base também para futuras tomadas de decisões. Comprovada a viabilidade de sua ideia, ou seja, a capacidade de ela se tornar lucrativa e compensar o custo do investimento em outros produtos (seja na renda fixa ou renda variável), é necessário levantar o capital inicial. Certifique-se de que dispõe de todo o capital inicial ou ao menos a maior parte, pois é muito mais difícil para uma empresa já começar endividada. Tenha disponível também o capital de giro para os primeiros meses de funcionamento, período este em que a empresa ainda não se sustenta por estar se estruturando no mercado.

Para se preparar mais, ou mesmo obter ajuda em seu plano de negócio procure o SEBRAE. Lá eles poderão te ajudar a calcular a viabilidade econômica (VPL, Tir, pay back, etc.) de sua empresa, seu índice de lucratividade, e prazo de retorno. Com essas informações em mãos você poderá analisar qual a alternativa de investimento é mais vantajosa para você. Não deixe de enviar o seu comentário sobre o assunto! Até a próxima.

Disclaimer – A informação contida nestes artigos, ou em qualquer outra publicação relacionada com o nome do autor, não constitui orientação direta ou indicação de produtos de investimentos. Antes de começar a operar no SFN - Sistema Financeiro Nacional o leitor deverá aprofundar seus conhecimentos, buscando auxílio de profissionais habilitados para análise de seu perfil específico. Portanto, fica o autor isento de qualquer responsabilidade pelos atos cometidos de terceiros e suas consequências.

(*) Emanuel Gutierrez Steffen – Criador do portal www.manualinvest.com

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