Saiba como montar a sua reserva para emergências!
Aprendemos muito até aqui, conhecemos os diferentes tipos de renda, os principais produtos de investimentos em cada modalidade, e até sobre os primeiros passos sobre como resolver uma situação de “aperto” financeiro. Porém aprenderemos hoje, que existe uma modalidade de investimento que deve ser realizada antes mesmo de qualquer outra tamanho a sua importância. Trata-se da reserva financeira para emergências.
Sabemos que a vida é imprevisível e que surpresas (boas ou ruins) acontecem o tempo todo. Um problema de saúde inesperado em sua família, um procedimento médico que o plano de saúde não cobre, disputas judiciais, e até mesmo o desemprego. O fato é que poucas pessoas se preparam para imprevistos que exigem mais de nossa capacidade financeira, e como consequência as dividas podem surgir e fazer ruir tudo o que foi construído até o momento. Com estes exemplos fica obvia a necessidade e importância de se construir a chamada reserva de emergência para eventualidades indesejadas, até mesmo aquelas eventualidades que seguro nenhum cobre. A reserva de emergência deve ser o “primeiro investimento” de qualquer pessoa. Não adianta pensar na aposentadoria, investir em imóveis, ou ações sem antes guardar uma reserva para as necessidades imediatas.
Talvez você leitor ainda não tenha formado a sua, ou talvez já tenha começado a cria lá. Então por onde começar? Para começar a principal referencia deve ser o seu padrão de vida atual. Quanto maiores os “gastos mensais” da família (não os rendimentos), maior a reserva. Em caso de desemprego, o mais confortável seria economizar o valor equivalente á um ano (12 meses) de despesas. Por exemplo, se a pessoa tem um gasto mensal de R$ 1,5 mil, ela deve ter uma reserva de pelo menos R$ 18 mil.
Mas o tamanho da reserva pode variar conforme o risco de ficar sem renda. Um funcionário público, por exemplo, pode destinar apenas 3 (três) meses das despesas para este fim, pois essa possibilidade é baixa. Já um funcionário do setor privado, que trabalha com carteira assinada, possui um risco moderado de perder o emprego, precisando poupar um pouco mais. Outros profissionais são ainda mais sujeitos ao risco de desemprego, como pequenos empresários e profissionais liberais. Para eles, portanto, o “colchão” de 12 meses de gastos é o mais indicado. Pode levar alguns meses para completar o investimento, ou até alguns anos, dependendo da capacidade de poupança de cada pessoa. Uma dica importante é a de destinar pelo menos 10% de sua renda mensal para construir essa reserva.
A primeira coisa ao começar a investir para criar uma reserva de emergência, é esquecer a rentabilidade e pensar em acumular patrimônio. O rendimento da aplicação não importa muito, mas sim a segurança, o baixo risco, e a liquidez diária, que permitam resgatar o dinheiro assim que ele for necessário.
A caderneta de poupança e os CDBs (Certificados de Depósito Interbancário), e os títulos de curto prazo do Tesouro Direto possuem estas características (liquidez e segurança), além de alguns fundos DI. Poupança e CDBs são garantidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que aumentou o valor da garantia de R$ 70 mil para R$ 250 mil nos últimos meses. Isso significa que, se o banco quebrar, o fundo ressarci o investidor até este limite.
Após completar o valor estipulado para a reserva, você pode parar de aplicar e deixar o dinheiro intocado para quando for necessário. Lembre-se sempre de utilizar esta reserva apenas para “necessidades”, pois esta é a finalidade deste recurso. Fica o exemplo até da natureza onde muitos seres vivos possuem á sabedoria de colher no verão e usufruir no inverno. Difícil? Realmente, tudo o que é importante e tem algum valor possui o mesmo adjetivo. A escolha é pessoal. Até a próxima.
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(*) Emanuel Gutierrez Steffen – Criador do portal www.manualinvest.com