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Finanças & Investimentos

Três erros financeiros cometidos por casais

(*) Emanuel Gutierrez Steffen | 17/01/2014 08:57

Neste artigo vamos abordar novamente alguns erros financeiros comuns cometidos por muitas famílias, desta vez com o enfoque nos casais, seguindo a linha de raciocínio do artigo anterior sobre planejamento financeiro para o casamento. Em grande parte das situações financeiras, consideramos um casal, como um indivíduo, o que em muitos casos não é correto. A mudança de paradigma que vivemos hoje com a ascensão das mulheres no mercado de trabalho, e sua ocupação de cargos de comando, cria como consequência uma maior representatividade das mulheres na composição do orçamento familiar. O impacto desta mudança é de fácil percepção no Brasil, onde é fácil encontrar mulheres liderando suas famílias, muitas vezes sozinhas. O assunto “dinheiro e casais” é um dos campeões de audiência no campo das finanças pessoais. Vamos então observar quais os principais erros que um casal pode cometer no momento em que compartilham também de uma vida financeira em comum.

1-Não falar sobre dinheiro ANTES do casamento: Sempre que um relacionamento começa, o assunto “dinheiro” precisa ser abordado o mais rapidamente possível. Sei que falar de dinheiro não é um assunto muito atrativo quando a emoção dominante é o romantismo, mas se ele não for abordado logo, o relacionamento pode evoluir muito rápido sem que as bases materiais estejam claramente definidas. Não conversar sobre dinheiro antes do casamento acaba fazendo com que pessoas de visões totalmente distintas se juntem em um relacionamento que, claramente, tem tudo para dar errado. Um quer criar raízes e ter filhos rapidamente, enquanto o outro quer conhecer o mundo e desenvolver uma carreira profissional. Um é relaxado e despreocupado com o dinheiro, gastando tudo que tem (e o que não tem), enquanto a outra beira a sovinice. Acredito que podemos afirmar sem exageros que muitos divórcios, ou pelo menos muitas brigas, poderiam ser evitadas se as pessoas falassem o mais clara e abertamente possível sobre dinheiro antes de se casarem.

2-Não falar sobre dinheiro DEPOIS do casamento: Ao evitar o assunto “dinheiro”, os casais acabam incentivando o descontrole, a negligência, e a infidelidade financeira (já vamos falar sobre!). Do ponto de vista financeiro, faz todo sentido que o cônjuge que tem mais facilidade com assuntos financeiros assuma a gestão das finanças da família. Mas, lamentavelmente, a vida não é eficiente, e temos que ter margens de manobra como os planos A, B, C…. Z e por aí vai. As coisas simplesmente não saem da forma como planejamos. Por isso, é importante que ambos os cônjuges gerenciem as finanças, ainda que um deles considere isso muito chato. Quando apenas um cônjuge está no comando das finanças, o outro se sente confortável, mas no momento em que algo não sai de seu agrado, a sensação de conforto vira uma sensação de traição. Uma recomendação seria a criação de uma “reunião financeira do casal” mensal, onde será realizado ás análises das contas do mês, dos gastos, e também para o planejamento dos planos de curto, médio e longo prazo.

3-Infidelidade financeira: Este é um problema “da moda”, à medida que se descobre que outras formas de traição começam como “inocentes” traições financeiras. A infidelidade financeira pode se manifestar de várias formas. O marido que está financeiramente arruinado e não conta para a família para “manter as aparências”; ou a mulher que compra compulsivamente e esconde os produtos e os comprovantes das transações; o marido que ganha bem e está ocultando esta renda extra (talvez antecipando um possível divórcio); a mulher que guarda dinheiro escondido por não confiar no marido e por aí vai. As possibilidades são infinitas. A infidelidade financeira tem sido apontada como responsável por um grande número de conflitos e separações.

4-Não educar financeiramente os filhos: Hoje em dia, nove em dez pessoas defendem a importância da educação financeira, mas talvez nem uma em dez se preocupe em educar financeiramente os filhos e em dar bons exemplos de gestão financeira e de consumo dentro de casa. Muito se fala em educação financeira nas escolas, mas a capacidade de uma criança vencer a influência familiar é muito limitada, ainda que a escola se esforce muito em repassar excelentes conceitos econômicos. Negligenciar a educação financeira em casa é um incentivo para criar filhos mimados, e despreparados para lidar com os desafios cotidianos da vida, e pode acabar gerando conflitos entre o casal na hora de “buscar o culpado”. E você amigo leitor, como você lida com o dinheiro com o seu parceiro atual? Não deixe de fazer seu comentário, pois assim você contribui no debate do assunto. Até a próxima!

Disclaimer – A informação contida nestes artigos, ou em qualquer outra publicação relacionada com o nome do autor, não constitui orientação direta ou indicação de produtos de investimentos. Antes de começar a operar no SFN - Sistema Financeiro Nacional o leitor deverá aprofundar seus conhecimentos, buscando auxílio de profissionais habilitados para análise de seu perfil específico. Portanto, fica o autor isento de qualquer responsabilidade pelos atos cometidos de terceiros e suas conseqüências.

(*) Emanuel Gutierrez Steffen – Criador do portal www.manualinvest.com

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