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Manoel Afonso

Amplavisão

Manoel Afonso | 16/03/2012 10:31

JÁ ESCREVI: disputar eleição não é ir ao ‘pic nic’, onde bastam poucos amigos ou a família. Esse ‘fogo de palha’ de candidaturas sem respaldo/estrutura financeira devem virar, (como em 2008) cinzas ainda nestas ‘águas de março’.

CONTRASTES O discurso de sustentação de algumas candidaturas não ecoam nos bastidores. Lá, a metodologia de análise da viabilidade é outra. Política de emoção nem pensar! Não há espaço para delírios no contexto atual.

DISCURSAR não basta! É preciso acenar com projetos palpáveis e nome de notória capacidade gerencial na administração pública. Governo não é extensão de partido comandado por parentes/funcionários/dependentes. É bem mais...

NO SAGUÃO da AL questionou-se: a candidatura de Azambuja preocupa mais seus próprios companheiros com cargos no Governo/Prefeitura do que os aliados do PMDB? Essa candidatura beneficiaria o PT e o próprio Azambuja.

DELCÍDIO/MARQUINHOS O primeiro quer audiência no Senado para discutir a situação de empresa (Celpa) do grupo Rede, dona da Enersul. O segundo, atento aos critérios adotados para os reajustes da tarifa em nosso Estado.

A LIÇÃO Igual a Collor e Dilma, Jânio se achava o tal e (1961) sem consulta prévia mandou ao Senado o nome de Ermírio de Moraes (pai) para embaixador na Alemanha. Mas o empresário foi rejeitado pelos pares da Casa.

O TRÔCO Magoado, Ermírio disputou em 62 o Senado pelo PTB de Pernambuco e bancou a candidatura de Miguel Arraes contra o conservador João Cleofas. Venceram e a diferença pró Arraes foi só de 6 mil votos (1% do eleitorado).

IRONIA da política. Não tivesse o Senado rejeitado a indicação do empresário (financiador da campanha de Jânio), Arraes não teria virado governador e sua trajetória seria outra. Portanto, respeitar a força do Senado faz bem.

A DERROTA de Dilma no Senado é fruto da inabilidade de negociar politicamente. Ora bolas! Será que ela não sabia que neste sistema de presidencialismo de coalizão vigora a barganha, ou seja, o velho toma lá da cá?

CABEÇA QUENTE Será que o TSE revogará sua recente resolução deixando fora destas eleições 21 mil candidatos com contas reprovadas em pleito anterior? O pedido de revogação unindo 18 partidos mostra a gravidade do caso.

A MATÉRIA é complexa. Mais um ingrediente venenoso neste contexto pré-eleitoral incendiado pelo “Ficha Limpa’. Muitos que se postam como candidatos agora, tiveram suas contas reprovadas e tem motivos para perder o sono.

A LISTA dos políticos no MS sob esse risco não foi divulgada ainda, mas acredita-se que tenha um número razoável. Se o TSE não rever sua própria decisão poderemos ter reviravolta no quadro eleitoral de muitas cidades.

EXPLICANDO: O TSE fala em aprovação das contas do candidato na última eleição. Já os partidos defendem que a simples apresentação da contas resolveria o caso, independentemente do julgamento do mérito. Mas será mesmo?

PERGUNTO: você já viu a apresentação de contas de candidato? Na maioria das vezes peca-se por três motivos: a incrível burocracia, o despreparo do candidato (assessoria) e a mania de acreditar na tradicional impunidade eleitoral.

ARREMATE Quando o candidato vence, cuida com esmero da apresentação das contas. Se perde, desmotiva, jura que jamais irá participar de outra eleição; não cuida como devia da cruel prestação de contas na justiça eleitoral.

‘OPOSIÇÃO’ Continua sem uma cabeça maior e programa alternativo; não monitora os desvios da administração. Enquanto isso Dilma vai anestesiando os oposicionistas através de liberação de verbas, cargos e favores diversos.

HOJE o Planalto teme mais seus sedentos e experientes caciques das siglas aliadas do que propriamente os partidos da oposição. É aí que se abre a gaveta do balcão de negócios para solucionar crises e viabilizar o Governo.

NA INTERNET Cresce a oferta de publicações sobre marketing político eleitoral, planejamento de campanha, liderança, motivação de equipe, arrecadação e prestação de contas. Com certeza não faltarão clientes, desejosos de poder.

A PROPAGANDA desse material lembra a estratégia de sedução adotada por alguns cursos de línguas estrangeiras. Passa-se a ideia de que em pouco tempo a pessoa possa superar barreiras. Mas da teoria à pratica a distância é enorme.

SILÊNCIO Já disse: perto dos argentinos somos um ‘povo banana’. Não se ouve um pio nas universidades e ruas contra a corrupção, fraudes, nepotismo, escândalos e vícios no Governo denunciados constantemente pela imprensa.

O GOVERNO atua em duas frentes: em sintonia com as centrais/sindicatos aquietou os trabalhadores e se aproveitou da alienação da juventude domando a diretoria da UNE com verbas e outros benefícios aos seus dirigentes.

OS PETISTAS ‘curtem o poder’. Muita propaganda e nada de reformas; o ajuste fiscal idem, a carga tributária incompatível com a concorrência chinesa. Só exportamos matéria prima. Nossa industria resistirá ao massacre até quando?

Tancredo Neves: “Não se faz política sem vítimas”.

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