Amplavisão
AS FÉRIAS legislativas permitem a abordagem mais profunda de temas relacionados a vida pública, personagens, eleições e aspectos gerais do sedutor mundo do poder. O texto visa convidar o eleitor a refletir e analisar esse universo.
NA MOSCA! O grande Henry Kissinger foi mais preciso ao sintetizar: “O poder é o afrodisíaco mais forte”. Já A. Lincoln foi mais longe ao lembrar: “Quer conhecer o caráter de um homem, dê-lhe o poder”. Ambas bastam!
APÊGO Hillary ‘digeriu’ o adultério em nome do poder e de seu projeto político pessoal. Divórcio na Casa Branca seria o fim. Saiu fortalecida, negociou a candidatura com Obama e virou chanceler. Clynton saiu ‘um trapo’.
O PODER Para alguns, chega a fase da vida em que o dinheiro não é mais problema. Digamos assim: patrimônio construído, aposentadoria garantida e ponto final. É hora de massagear o ego, de correr em busca do poder – de notoriedade.
‘PERAÍ’... Mergulhar nas águas profundas da política exige jeito/tempo. Lembra o cidadão que resolve praticar pesca submarina. Apesar dos equipamentos sofisticados, fracassa e quase acaba morrendo afogado. Um vexame.
CLARO! Digo sempre que preferimos as mentiras leves que as verdades duras. Daí que os pretendentes ao poder preferem o refugio na utopia. Conheci um candidato a prefeito no interior que na campanha se inspirava lendo “Che”. Dançou.
AS URNAS são cruéis. Revelam ao candidato o seu tamanho, sua aceitação (naquele momento) que ele próprio não admite ou finge ignorar. A derrota é o atestado inquestionável, com firma reconhecida pelo eleitorado.
CONCORDO: é a omissão de gente competente e bem intencionada que abre espaço para os oportunistas na vida pública partidária. Vale recordar o velho ditado: “política é coisa séria demais para deixar nas mãos de qualquer um”.
OS CONCEITOS acima são aplicáveis independentemente da dimensão do colégio eleitoral. Nas grandes cidades a mídia coloca os pretendentes na vitrine; no interior o conhecimento pessoal do dia a dia norteia e facilita a escolha.
QUESTÕES A felicidade que o poder proporciona tem tempo de validade. Os políticos idem. É preciso trabalhar a cabeça para não entrar em parafuso ou em depressão lá na frente, na volta pra casa. Não há terapia que dê jeito.
ANTES-DEPOIS Casa cheia, convites diários para eventos e solenidades, badalação, nome/fotos na mídia, compõem o quadro glamoroso. Caixa do correio vazia, sumiço dos amigos, fim dos telefonemas e o esquecimento da mídia.
MEMÓRIAS Poucos políticos ousam publicá-las. Há um risco imenso de injustiças, obscuridades e principalmente de contradições. Quem ficou pobre se sente injustiçado, quem está rico nem sempre tem como usufruir da ‘mesa farta’.
NO BRETE A confirmação do recebimento da denúncia pelo TJMS contra Zeca do PT e a ‘tchurma’ da farra da publicidade é mais um duro golpe que terá reflexos na campanha de 2012. Sem mandato, todos voltam a ser mortais.
MAIS UMA... MPE denunciando Zeca, João Roberto Baird, mais 7 pessoas por crime de improbidade administrativa/enriquecimento ilícito que envolveria a aquisição de 6 fazendas em nomes de supostos laranjas. É esperar pra ver.
“MAMÃE EU QUERO...’ Camiseta/calça esportiva/ tênis; o novo visual do jornalista Antonio João. Dica de marqueteiro? Até quando? O ‘cap’ do PSD distribui ‘folhinha-calendário’ com sua foto no projeto eleitoral de 2012.
CORRUPÇÃO “Não é invenção brasileira, mas a impunidade é coisa nossa.” (Jô Soares) “Brasil – estranho país de corruptos, sem corruptores”. (Luiz F. Veríssimo) As duas definições são precisas sobre um assunto tão em voga.
CONCLUSÃO genial de Pedro Simon “Sou obrigado a reconhecer que, com toda a corrupção que vejo de um tempo para cá, aquilo que encontramos no governo Collor deveríamos ter enviado para o juizado de pequenas causas!”
DILMA Esqueçam aquela imagem de ‘gerentona implacável” no combate a corrupção. Ela esqueceu o discurso de campanha e trocou a coragem pela acomodação. Sua postura nos últimos escândalos mostram exatamente isso.
MESMICE As eleições de 2012 facilitam a corrupção. O Governo quer consolidar os espaços conquistados e preparar o terreno para a sucessão presidencial. Isso implica em grandes projetos, principalmente nas grandes cidades.
O BRASIL assiste pasmo as denúncias envolvendo as obras nas cidades que sediarão a Copa. O Governo aproveita a paixão cega do povo pelo futebol e ‘crava fundo’. Tudo será usado como material de propaganda na sucessão do Planalto.
A EXEMPLO da reforma política e fiscal, o combate à corrupção ‘fica pra depois’. O parque industrial sucateado. Só exportamos matéria prima; somos engolidos pela China. Muitos se contentam com cestas básicas/ajudas oficiais. Lamentável.
‘OPOSIÇÃO’ Ela faz lembrar a frase latina de Cícero: “O tempora!” “O mores!” – (Que tempos! Que costumes!) Definhada, desunida e sem vontade de enfrentamento. Cada qual no seu canto, pela sobrevivência de seus pares.
“Com o tempo, os detalhes estragam qualquer biografia”. (Luis F. Veríssimo)