ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  23    CAMPO GRANDE 25º

Manoel Afonso

André, Fábio e Mandetta: qual o futuro deles?

Manoel Afonso | 03/02/2023 08:35

JOSÉ FRAGELLI, se vivo, e na Câmara, seria obstáculo das concessões de benefícios como Arthur Lira fez há pouco. O ex-deputado Felipe Orro lembra da postura de Fragelli, divergente dos colegas de viagem oficial à Europa. Ele propôs devolver, sem sucesso, o dinheiro dos dias em que ficaram na Itália, onde Fragelli também visitou parentes. Hoje, seria trucidado.

LACUNA:  Por decisão pessoal Felipe Orro não concorreu a reeleição após 3 mandatos com 800 indicações e 70 projetos apresentados. De excelente perfil e cultura política, coerente, agradável, de diálogo aberto fará falta no parlamento estadual como representante da região pantaneira. Só o futuro dirá se ele retorna ao cenário político.

JUNIOR MOCHI: Fez um discurso leve, sem paixões e sem  frases  irônicas de duplo sentido. Experiente, focou na responsabilidade da Casa e da sua responsabilidade com os municípios, independentemente de partidos. Para os observadores, Mochi deu sinais de aproximação, de uma convivência pacífica com o Governo Riedel. Político da paz!

AMARILDO CRUZ (PT): Sua fala equilibrada na sessão inaugural da Alems atraiu a atenção, arrancou aplausos. Elogiou os projetos do governador Riedel e sutilmente apontou as lacunas que ferem a dignidade devido as desigualdades sociais. Pediu ações em prol de índios, quilombolas e desassistidos. Lembrou que a igualdade preconizada no regime democrático inclui esse dever do Estado e o direito destas pessoas.

JOÃO CATAN (PR): De forma serena deixou claro na tribuna sua fidelidade partidária ao PL e ao ex-presidente Bolsonaro, ressaltando que as divergências ideológicas e partidárias são próprias do regime democrático. Ao final falou dos critérios dos valores na concessão das emendas parlamentares, segundo ele, inferiores ao do vizinho Mato Grosso. Foi bem.

GERSON CLARO (PP): Em certas situações a experiência na vida pública conta muito. Acompanhei a postura e fala dele na eleição e na sessão inaugural da Alems. Cuidadoso e seguro, não atravessou o sinal. Achei até que ensaiou para não ferir a vaidade de quem quer que seja. Fez vários agradecimentos, em especial ao seu guru Londres Machado.

MARA CASEIRO (PSDB): Elegante também na construção de linguagem, ela demonstrou maturidade parlamentar em seu pronunciamento. Desvinculou o tema da fala do seu desempenho eleitoral e de sua pretensão legítima e natural de disputar a presidência da Alems. Com isso ela saiu engrandecida no partido e junto ao Governo. Isso é política!

ZECA DO PT:  O deputado até concorda que Lula anda mordendo a língua, mas precisa também rever sua postura um tanto quanto exagerada nesta volta ao parlamento estadual. Com seu currículo reconhecidamente bom, parece-nos dispensável certas atitudes e gestos de efeitos midiáticos. A autenticidade não autoriza excessos. Menos please!

SOCORRO: Deputado Jr. Mochi (MDB) preocupado com o futuro da região norte com economia centrada no agro.  Vai pedir incentivos fiscais ao governo estadual para atrair empregos e gerar renda. E mais: Mochi vai à Brasília pedir audiência pública ao Ministro dos Transportes para resolver o impasse vergonhoso da concessão da rodovia BR-163.

MARCIO FERNANDES (MDB): Quer superar Londres Machado com 13 mandatos. Hoje no 5º mandato - Marcio tinha 27 anos de idade ao se eleger deputado pela primeira vez em 2006. Só perde para Odilon Nakasato, eleito com 23 anos em 1979. São apenas 9 deputados no 5º mandato e que foram eleitos, excluindo os suplentes Amarildo Cruz e Rinaldo  Modesto que assumiram depois.

LIA NOGUEIRA: A deputada douradense pelo PSDB diz estar à vontade, sem medos e preocupação para exercício do mandato. Entende que a vereança em Dourados, acabou dando-lhe uma bagagem razoável e mais intimidade com a vida pública. Além do mais,  a experiência no jornalismo foi determinante para vencer esse desafio. ‘E outros virão’.

MIRANTE: Nestes dias solenes conversei com várias pessoas no saguão da Assembleia Legislativa. Prefeitos, ex-prefeitos, vereadores e gente influente em suas cidades. Insisti na pergunta sobre a gestão de Reinaldo Azambuja. Satisfação geral! Todas, com o sorriso aberto, elogiaram e citavam as obras e os benefícios. Um aviso aos navegantes de 2024.

JOGO BRUTO: Os eleitores, na sua maioria, sem noção da importância estratégica dos cargos de presidente do Senado e Câmara Federal. Cada um deles, tem o poder oceânico de – por exemplo – de seu presidente pautar uma PEC, um projeto de lei, ou até mesmo (pasmem!) o pedido de impeachment do presidente da república ou de um ministro do STF. Os estragos – imensuráveis!   

E AGORA? O ex-deputado Fabio Trad e o ex-ministro Luiz H. Mandetta serão atingidos politicamente pelo revés de Marquinhos Trad? O primeiro, após divergir do Governo Bolsonaro, ainda fez acenos e elogios ao Governo Lula, revoltando parte de seus eleitores. O segundo, após ser demitido, passou a criticar Bolsonaro no episódio da Covid-19.

SEMPRE ELA: A opinião pública seria o que as pessoas acreditam que as outras pessoas pensam. Neste caso, tanto Fabio como Mandetta com dificuldades de encontrar espaço  como protagonistas. Explico: o pleito de 2024 é municipal - a popularidade pesa mais que a intelectualidade e o quadro na capital está congestionado para os cargos majoritários.

SEM RUMO? Nem tanto, mas difícil. Fabio, pelo estilo sóbrio , não possui o estereótipo populista imprescindível no pleito municipal. Evidente, isso não lhe tira o mérito de intelectual preparado que brilhou na Câmara, mas que no embate ‘bairro a bairro’ - corpo a corpo - numa disputa majoritária, talvez não acrescente ou capte os votos necessários.

MANDETTA: Outro naufrago do ‘tsunami’ que atingiu o ‘oceano eleitoral’.  Sem grupo político consolidado, de perfil elitista, não deu ainda sinais de protagonista para 2024. No União Brasil tem a concorrência de Rose Modesto como pré-candidata à prefeitura da capital. Ele ainda corre sério risco de cair no anonimato se não produzir fatos políticos.

1-PUCCINELLI: Outro que caiu do barco. Sem poder foge da solidão. Aquela imagem altiva depredada. Passou a frequentar as redes sociais com objetivos óbvios, vendo uma pontinha de esperança em 2024 – custe o que custar e com quem for preciso estar. Mas almeja ser o protagonista no partido e grupo, ambos em curva descendente.

2-PUCCINELLI: Sem ninguém no Congresso, o MDB perdeu força na direção nacional. Com a federalização PSDB/MDB, será que André caminharia ao lado do deputado federal Beto Pereira (PSDB) pré-candidato a prefeito? Ele, filho do ex-senador Valter Pereira,  MDB, impedido por André de disputar a reeleição em 2010 pelo MDB. Lembrando John Kennedy: “Perdoe seus inimigos, mas não esqueça seus nomes”.

AUTOCRÍTICA: Escassa também na política. É a conclusão após ler a notícia de que a ex-deputada Joice Hasselmann quer disputar a prefeitura paulistana. Ela, que em 2018 obteve 1.078.666 mil votos para deputada federal (por São Paulo), em 2022 chegou  a 13.679 votos tentando a reeleição. Neste caso a falta de autocrítica uniu-se a soberba.

PILULAS DIGITAIS:

Com a morte do otimismo, o pessimismo se transformou em nossa última e delirante forma de esperança. (Millôr)

Pergunto-me como viverá a inteligência pública agora, uma vez que Bolsonaro se foi. Ao invés de xingá-lo, vamos babar no Lula o tempo todo? (Luiz Felipe Pondé)

Político profissional jamais tem medo do escuro. Tem medo é da claridade. (Millôr)

Quase 1 milhão de pessoas com o nome sujo no MS. (Correio do Estado)

Quem tem ações das Lojas Americanas está dormindo e feliz?  (Na internet)

Falta combustível ao Governo no Congresso. Sem o coração do centrão vai sobrar pista e faltar tanque. (Mario Rosa)

Ser louco é única possibilidade de ser sadio nesse mundo doente. (Leandro Karnal)

Nos siga no Google Notícias