Antes de ficar cega, mulher implora por consulta e transplante
Com os dois olhos comprometidos, Kelly Dantas quer recuperar autonomia
Há sete meses aguardando por transplante de córneas, a dona de casa Kelly Dantas, de 44 anos, tem dois olhos comprometidos pelo glaucoma e catarata. A mulher implora para ser prioridade no agendamento de consulta na fila da Santa Casa de Campo Grande.
A filha, Thalita Dantas Francisco, entrou em contato com o Campo Grande News pelo canal Direto das Ruas, para contar a história da mãe, que perdeu a visão de um dos olhos já aos 20 anos.
Correndo o risco de ficar completamente cega, a dona de casa faz o tratamento para o glaucoma desde os anos 2000, quando descobriu que a doença havia atingido o olho esquerdo. Anos depois, com a visão somente do olho direito, Kelly descobriu que os remédios não estavam fazendo efeito e que podia comprometer o olho direito. Em junho de 2023, a dona de casa passou por cirurgia, que segundo a família não cicatrizou de forma adequada e desde então, aguarda por transplante de córnea.
"O olho começou a inflamar, trataram essa inflamação mas sequelou a córnea porque a inflamação foi muito forte, criando uma catarata. Então o médico nos avisou que ela precisaria entrar na fila de transplante do SUS (Sistema Único de Saúde)", explicou a filha, Thalita Dantas.
Depois do fracasso do procedimento, Kelly bateu em uma quina de parede e teve o olho direito dilacerado. "Tratamos esse machucado e mesmo assim apareceu uma úlcera na córnea do olho dela. Começamos a tratar a úlcera e os médicos nos informaram que ela precisa urgente do transplante de córnea e então estamos aguardando", relata Thalita.
Segundo a filha, além da mobilidade e autonomia ser afetada pela falta de visão, Kelly está sofrendo de ansiedade com o medo de perder a visão completamente, caso ocorra um descolamento de retina. Thalita explica que a mãe é atendida pela Santa Casa, pois foi onde realizou a primeira cirurgia e reclama que há alguns meses não consegue marcar nem sequer consulta.
"Eles disseram que ela só poderia ser atendida por encaixe. Os médicos falaram que agora o caso seria considerado com urgência, mas eles não fazem a cirurgia. Só nos enrolam", garante Thalita. Segundo ela, a mãe ocupa a 241ª posição, o que deve ser respeitado por conta de lei.
A assessoria de imprensa da Santa Casa da Capital orientou a família à procurar o SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) do hospital.
Fila de transplante - De acordo com a SES (Secretaria de Estado de Saúde), até 11 de janeiro, havia 349 pessoas na fila de transplante de córnea em Mato Grosso do Sul.
(*) Matéria editada às 11h40 de sexta-feira (12) para correção de informação.
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