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Direto das Ruas

Após surto, paciente com bala alojada fica 7 horas em UPA até ser transferido

Paciente psiquiátrico foi atingido com bala de borracha, durante um surto de 5 horas que mobilizou bombeiros, Samu e Bope

Adriano Fernandes | 24/12/2019 15:37
Entrada do Upa Leblon,  na Capital. (Foto: Arquivo)
Entrada do Upa Leblon, na Capital. (Foto: Arquivo)

Com uma bala de borracha alojada na perna, um paciente psiquiátrico, de 29 anos, esperou cerca de 7 horas na UPA (Unidade de Pronto Atendimento Comunitário) do Jardim Leblon até ser transferido para a Santa Casa de Campo Grande, nesta terça-feira (24). A demora ocorreu, pois a família do paciente exigia que a transferência fosse feita pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e não por conta própria, conforme recomendado pelo médico plantonista da unidade. 

O rapaz, que é atendente de telemarketing só deixou a unidade, depois que os familiares conseguiram que o transporte fosse feito pelo Corpo de Bombeiros. De acordo com a refiladora Heloisa Retisine de Aguiar Viana, de 52 anos, mãe do paciente a aflição dos familiares teve início na noite desta segunda-feira (24), quando Felipe teve um surto que durou cinco horas e mobilizou bombeiros e até o Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais).

“Ele começou a quebrar tudo, se cortou, mas minha nora conseguiu sair a tempo de casa com o filho deles, de 4 meses. Tivemos que acionar o Samu para tentar contê-lo, mas quando ele viu a viatura, piorou. Ele se trancou em casa e começou a dizer que ia se matar”, conta. De acordo com Heloisa além do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), Corpo de Bombeiros e até o batalhão de elite da Polícia Militar, o Bope, teve que ir até o endereço da Santa Emília para tentar conter o rapaz.

As negociações duraram cerca de cinco horas até que as esquipes decidiram invadir a residência para controlar Felipe. “Os policiais atiraram cinco vezes nele com arma de choque e mesmo assim ele não se controlou. Eles só conseguiram conter ele, depois que atingiram uma bala de borracha em uma das pernas. Meu filho teve de ser transportado para o Upa amarrado”, lamenta.

Contudo às 7h desta terça-feira (24) o paciente foi liberado para ser transferido. “A unidade me ligou dizendo que ele estava controlado, que inclusive já havia conseguido uma vaga para a retirada da bala na Santa Casa, mas que o transporte teria de ser feito por nossa conta”, completa. Segundo Heloisa, durante os surtos o filho ameaça de morte toda a família, inclusive o filho bebê, por isso eles não aceitaram ter de transportá-lo em um carro comum.

“Colocaria em risco não só a gente como ele também. Aqui ele está controlado, mas quem garante que no meio do caminho ele não teria outro surto? Cobramos o médico para que ele solicitasse uma ambulância, mas ele se negou. Até arrumamos uma ambulância particular, mas ele também disse que não iria se responsabilizar pelo encaminhamento então a empresa desistiu de atender a gente”, se queixa.

A situação gerou revolta. “O quadro do meu filho é muito grave. Ele ameaça me matar, ao irmão dele, agride as pessoas então ele precisa de um acompanhamento profissional.Da Santa Casa vamos solicitar um encaminhamento para um hospital psiquiátrico, mas esse profissional não colabora”, diz.

Segundo a leitora o filho tem comportamento agressivo desde criança, mas as crises se agravaram após o nascimento do neto, há 4 meses. O rapaz toma uma série de remédios psiquiátricos, usa drogas e consome álcool. O paciente só deixou a unidade depois que a família conseguiu que o transporte fosse feito pelo Corpo de Bombeiros às 14h, sete horas após o paciente ser liberado. 

Sesau – A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que o médico responsável pelo atendimento do paciente cumpriu o "protocolo padrão" e liberou o paciente por acreditar que não haveria riscos à família. Mas, “devido o receio da família de que o paciente entre em surto novamente, o SAMU foi acionado pela equipe da unidade para a realização do transporte”, diz a secretaria por meio de nota. A viatura, possivelmente, deve ter chegado a unidade depois que a família já havia conseguido transportar o paciente por conta própria.

A secretaria também ressaltou que durante o período em que o rapaz permaneceu na unidade ele foi medicado e ficou em observação até que houvesse condições dele ser encaminhado para o hospital. 

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