Júri de baleado na cabeça que foi marcado para morrer pelo PCC será no dia 26
Gean Blendão Pereira Rodrigues foi encontrado com as mãos e pés amarrados perto da Gameleira
Quatro anos depois de Gean Blendão Pereira Rodrigues, 21 anos, ser encontrado ferido com tiro na cabeça, com as mãos e os pés amarrados, o caso vai a julgamento em Campo Grande. No dia 26 de maio, o acusado, Márcio Douglas Pereira, vai ser interrogado por cárcere privado e homicídio por motivo torpe, com recurso que dificultou a defesa da vítima.
Gean fazia parte da lista de cinco pessoas “marcadas para morrer” pelo PCC (Primeiro Comando Vermelho), por integrarem a facção rival CV (Comando Vermelho). Lista que foi encontrada em 2018 por policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar na casa de outra das cinco vítimas.
Ele foi encontrado em uma estrada vicinal próximo ao presídio da Gameleira e chegou a ser socorrido e enviado para a Santa Casa de Campo Grande, mas não resistiu aos ferimentos.
De acordo com os autos da investigação, a família do jovem acredita que ele foi morto por engano e que ele não integrava o CV. Eles defendem que o crime ocorreu devido uma foto tirada antiga onde Gean fazia símbolo do Comando Vermelho.
Ele soube dessa lista antes de morrer e chegou a procurar Márcio Douglas, seu amigo de infância, que fazia parte do PCC, e que garantiu que nada aconteceria.
Segundo a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do SUl), Márcio Douglas já respondia outro processo criminal, por isso respondeu o processo preso.
A vigilante Ivanir Pereira, 44, mãe de Gean, relatou que o jovem morreu sem saber que seria pai, já que sua namorada descobriu que estava grávida uma semana depois do ocorrido.
“Esse assassino tirou o direito do meu filho de ser pai, hoje meu neto cresce sem um pai. Esse cara não tirou só a vida do meu filho, junto com ele foi um pedaço de mim, hoje eu vivo depressiva”, lamentou.
Ivanir disse ainda que hoje em dia vive com ajuda de remédios e a família precisou se mudar para o estado de Mato Grosso, de onde são naturais, porque não conseguiam mais viver em Campo Grande.
“Meu filho nunca foi de facção, ele trabalhava registrado como garçom. Agora tenho fé em Deus, para que a justiça seja feita”, completou.