"Nos derrubam por maldade", denuncia ciclista sobre desrespeito no trânsito
Quem usa bicicleta destaca insegurança e medo ao pedalar por trechos da Capital
Menos de uma semana após a morte de uma ciclista, de 21 anos, em Campo Grande, relatos de riscos que ciclistas correm nas pistas da Capital não param de chegar. Na manhã desta quarta-feira (17), por exemplo, o fato de uma pessoa ter sido empurrada de sua bicicleta por motociclista, na Avenida Afonso Pena, deixou ciclistas revoltados.
De acordo com o relato enviado ao Campo Grande News, Davi Lani, 40 anos, é um ciclista que sofre com o desrespeito e e riscos nas ruas. "As pessoas pedalam sério, usam capacete, tem sinalização [na avenida] e não nos respeitam. Deram uma 'bicuda' no meu colega hoje cedo, eles derrubam homem, mulher e estão tentando derrubar na maldade, pra machucar mesmo", denuncia.
"O que eu acho estranho é que motoqueiro também sofre com isso, de ser cortado na pista, de ser empurrado, daí eles vão lá e fazem a mesma coisa com quem tá de 'bike', que também tem duas rodas. As pessoas esqueceram que bicicleta não é só lazer, é um meio de transporte para gente", disse Davi.
Graziela Castelheira, de 44 anos, faz parte do mesmo grupo de ciclistas de Davi e também compartilha das dificuldades na pista. "Há uns 15 dias estava pedalando com minha filha, as duas equipadas, capacete, sinalização, quando um motoqueiro me ultrapassou e parou do lado dela, estendeu a mão pra empurrar ela. Eu não pude fazer nada, só gritar", conta. Segundo ela, a filha tinha recém começado a pedalar quando ocorreu o episódio.
"Pedalo há seis anos e tenho sentido que, de um mês pra cá, piorou muito a situação. Tem gente que já foi derrubada e assaltada. Alguns entregadores passam fazendo fino na gente, com aquelas caixas nas costas", reclama Graziela.
Ambos os ciclistas mencionaram em seus relatos a fatalidade que ocorreu com Emanuelle Gorski, a ciclista e 21 anos que foi atropelada na semana passada. "Não a conhecia pessoalmente, mas ela era 'biker' então é como se fosse da família,somos uma comunidade bem unida. Fomos a passeata que ocorreu em homenagem a ela", contou a ciclista. "O pior é o que estava comentando com o pessoal do grupo de ciclistas, ontem mesmo, no local onde ela sofreu o acidente, onde ajudei a amarrar uma faixa em homenagem a ela, um cara avançou a rotatória e quase me atingiu. Dessa vez, quase que eu fui a vítima", finalizou.
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