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Direto das Ruas

Risco todo dia: ciclistas dividem avenida com caminhões e pedem faixa exclusiva

Ao se tornar Avenida Ministro João Arinos, BR-262 causa medo constante em quem depende de bicicleta

Aletheya Alves | 06/02/2022 15:47
Ciclista na Avenida Ministro João Arinos ao lado de caminhão. (Foto: Marcos Maluf)
Ciclista na Avenida Ministro João Arinos ao lado de caminhão. (Foto: Marcos Maluf)

“Aqui neste pedaço, corremos risco todos os dias, é a parte mais perigosa da via”. Narrando o cenário de quem usa e depende de bicicleta, ciclistas explicam que dividir a BR-262, no trecho em que a via se torna Avenida Ministro João Arinos, significa ter medo diariamente.

Ciclista amador, Weslen da Silva Oliveira, de 32 anos, é o responsável pela explicação acima e conta que usa a BR-262 no entorno da cidade para treinar. O problema é que ao retornar para a região do Jardim Noroeste, precisa se arriscar entre caminhões. “A rodovia tem acostamento dos dois lados, mas aqui dentro da cidade não. Acho que aqui dentro é mais perigoso do que na parte de fora da estrada”, explicou.

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A gente que pedala sempre tem um pouco mais de malícia, mas ainda se corre o risco. É uma rota que bastante gente usa, então precisaria ter uma ciclovia. O fluxo é grande”, conta Weslen.

Campeão estadual de ciclismo, Hugo Bega, de 29 anos, relata que a saída para Três Lagoas costuma estar em seu roteiro diário. “O problema desse trecho é que o trânsito é intenso com caminhões e a gente que pratica ciclismo passa bastante perrengue nessa região”, conta.

De acordo com Hugo, a solução, tanto para quem pratica o esporte quanto para os trabalhadores, seria a instalação de uma ciclovia.

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Cansei de caminhão vir para cima da gente, nesse trecho aqui, tem bastante disso. Além de que essa parte dá acesso para vários bairros e seria importante dar essa possibilidade”, diz Hugo.

Usando a bicicleta como meio de transporte para chegar ao trabalho, a atendente Luciana Mota Pedrosa, de 29 anos, narra que sua estratégia para não se arriscar tanto é fugir da via. “Em algumas partes que possuem um espaço pequeno de acostamento, eu vou na contramão para enxergar os carros, mas na maior parte eu tento ir costurando pelos bairros e demoro até mais para chegar”.

Veículos dividem trecho em que a BR-262 se torna avenida. (Foto: Marcos Maluf)
Veículos dividem trecho em que a BR-262 se torna avenida. (Foto: Marcos Maluf)

Aposentado, Natálio Malaquias, de 72 anos, também não sai de casa sem a bicicleta. Ele explica que os ciclistas tentam fazer “trilhas” em espaços com grama para sair da avenida, mas que nem sempre é possível.

“Aqui tem alguns trilheiros, mas quando chove ou passam fazendo limpeza, fica destruído. As pedras se acumulam e vira barro, então, ficamos sem conseguir passar do mesmo jeito”, diz.

Caminhos em terreno foram feitos para evitar trânsito na avenida. (Foto: Marcos Maluf)
Caminhos em terreno foram feitos para evitar trânsito na avenida. (Foto: Marcos Maluf)

Entre as idas e vindas pela região, ele conta que já chegou a ver pessoas se acidentando devido ao movimento intenso de veículos pesados. “Eu estava voltando para casa e um carro passou por mim. Em seguida, ele passou próximo de uma senhora que estava levando uma criança, acho que ela se assustou e acabou caindo. Dessa vez, não se feriu, mas os carros poderiam ter passado por cima da bicicleta que ficou na via”, comenta.

Natálio Malaquias, de 72 anos, argumenta que ciclovia é essencial na região. (Foto: Marcos Maluf)
Natálio Malaquias, de 72 anos, argumenta que ciclovia é essencial na região. (Foto: Marcos Maluf)

Assim como os outros ciclistas, o aposentado diz que a única solução possível seria a instalação de uma ciclovia na região entre os bairros Jardim Noroeste e Cidade Jardim. “Só nesse trecho bastaria, porque ao entrar no Cidade Jardim, há calçadas e as ruas são mais calmas, que dão acesso ao Parque dos Poderes e ali ficamos melhor”.

O Campo Grande News solicitou nota retorno ao Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) sobre quais projetos estão sendo desenvolvidos para a região e que poderiam solucionar os problemas relatados, mas até o momento, não houve retorno.

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