Terrenos baldios no Parque do Sol viram criadouros de escorpiões e dengue
Moradores reclamam de descaso com o bairro que está abandonado pelo poder público
Moradores do Bairro Parque do Sol, localizado na região sul de Campo Grande, estão fazendo "coleção" de escorpiões devido à quantidade de bichos encontrados. Os terrenos baldios na região são inúmeros, na Rua Julio Takeshi, um terreno virou depósito de entulho e móveis quebrados, local propício para abrigo dos escorpiões. Na Rua Emiliano de Arruda, outro terreno abandonado virou criadouro de mosquito da dengue e ponto de uso de droga.
Um morador, que não quis ser identificado, contou à reportagem que no domingo (19) encontrou dois escorpiões andando na calçada de sua casa, e que neste ano já tinha visto mais de dez. Ele mora em frente a um terreno baldio, na Rua Julio Takeshi, que, segundo o homem, não recebe limpeza desde 2020.
O homem diz que já denunciou o caso à prefeitura mais de quatro vezes, “a atendente falou que o cara paga a multa estabelecida, mas ele não limpa”, contou, revoltado.
Desde que os escorpiões começaram a aparecer na residência, a rotina da família mudou. Hoje, quando ele e a esposa acordam, fazem uma vistoria na casa e olham debaixo de todos os móveis. “É perigoso demais, a gente toma muito cuidado para não acontecer algo pior com nossos filhos”, comentou o morador.
Segundo a SES (Secretaria Estadual de Saúde), em janeiro deste ano, 59 casos de picadas de escorpião foram registrados em Mato Grosso do Sul.
Aedes - Alguns metros dali, na Rua Emiliano de Arruda esquina com a Rua Evelina Figueiredo Selingardi, um morador, de 42 anos, que também não quis ser identificado, gravou larvas de mosquito da dengue em um terreno que está abandonado desde o início do ano passado.
O morador contou à reportagem que frequentemente olha o terreno, pois mora com a mãe de 78 anos e teme pela saúde dela. “Minha mãe está meio ruim e eu fui olhar pra ver se tinha larva. Eu já tive dengue há um tempo atrás e é muito complicado”, contou o morador.
Segundo ele, o terreno fica assim porque a região possui muitos andarilhos que ficam no terreno usando drogas durante a noite. “Eles ‘catam’ reciclagem na rua e à noite vêm jogar aqui. Por isso que está cheio de sujeira”, comentou. O morador tentou contato com a prefeitura através do canal 156, mas não foi atendido. Para tentar solucionar o problema, ele pediu para que os agentes de saúde do bairro visitassem o terreno.
Em nota, a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) informou que será encaminhada a fiscalização nos terrenos baldios citados pela reportagem e uma vez que um imóvel ou lote urbano sujo for identificado, o proprietário será notificado para limpar o terreno. Após receber a notificação, o dono tem 15 dias úteis para realizar a limpeza.
Transcorrido este prazo, o auditor fiscal da Semadur retornará ao local para vistoria do lote, caso a notificação não tenha sido cumprida, o dono do terreno é multado de acordo com o Código de Polícia Administrativa do Município Lei n. 2909, Artigo 18-A. A multa neste caso varia entre R$ 2.944,50 e 11.778,00.
Como denunciar: É possível realizar a denuncia pelo teleatendimento da Central 156 de segunda a sexta-feira, das 7:30 às 21:00 e aos sábados das 8:00 às 12:30. Terrenos baldios também podem ser denunciados pelo aplicativo Fala Campo Grande 156, disponível para download nas lojas de aplicativo para IOS e Android e no sítio fala.campogrande.ms.gov.br, ambos disponíveis 24h por dia.
(*) Matéria atualizada às 09:10 de quinta-feira (23) para acréscimo de resposta.
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