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Economia

"Atacarejo" vira opção nas compras e economia pode chegar a 46% na crise

Liana Feitosa | 19/10/2015 09:36
Para o economista, se o consumidor escolher planejar as compras para levar maior quantidade para casa, esse pode ser um grande aliado na economia doméstica. (Foto: Marcos Ermínio)
Para o economista, se o consumidor escolher planejar as compras para levar maior quantidade para casa, esse pode ser um grande aliado na economia doméstica. (Foto: Marcos Ermínio)

Em tempos de crise, como fazer a renda durar mais e conseguir realizar uma boa compra de supermercado? Segundo o economista Tiago Queiroz, para encontrar o resultado dessa conta o consumidor precisa buscar aliados e pesquisar preços sempre, mais do que antes. Os "atacarejos", misto de atacado e varejo, viram opção ao consumidor, que pode economizar até 46% em relação aos supermercados tradicionais.

"O Brasil vive uma fase que indica cenário econômico difícil para o país nos próximos dois anos, por isso, os atacados são aliados. Comprar no atacado pode garantir economia e algum alívio para o bolso", adianta o especialista.

Para ele, crises econômicas precisam gerar novos hábitos de consumo e, entre as palavras de ordem, está a pesquisa. "É preciso avaliar preços, pesquisar bastante, planejar a compra para poder usufruir dos benefícios e descontos", avalia.

Avaliação - Até mesmo entre os atacarejos, que são os supermercados que vendem tanto no atacado, quanto no varejo, é preciso pesquisar e comparar valores para que, ao comprar em grande quantidade, o cliente consiga realmente economizar.

Para isso, ele explica que existem itens que compensam mais ser adquiridos em grande quantidade, principalmente os não-perecíveis. "Os produtos de limpeza, de higiene, e itens como óleo, arroz, feijão, que são os essenciais da cesta básica, valem muito a pena serem adquiridos no atacado e serem estocados em casa", aconselha Tiago.

Pensando nisso, o Campo Grande News conferiu valores em cinco marcas da Capital, três varejistas e dois atacadistas: Extra, Walmart, Comper, Fort Atacadista e Atacadão, respectivamente. Apesar de serem analisadas lojas atacadistas, foram considerados apenas os preços de venda no varejo em todas as unidades pesquisadas.

Até mesmo entre os atacarejos é preciso pesquisar e comparar valores para que, ao comprar em grande quantidade, o cliente consiga realmente economizar. (Foto: Liana Feitosa)
Até mesmo entre os atacarejos é preciso pesquisar e comparar valores para que, ao comprar em grande quantidade, o cliente consiga realmente economizar. (Foto: Liana Feitosa)

Foram analisados três itens básicos e não-perecíveis: arroz, feijão e óleo. Em cada supermercado foram encontradas diferentes marcas, mas o Campo Grande News selecionou apenas os itens mais caros disponíveis à venda nos cinco lugares pesquisados.

Comparação - De acordo com o levantamento, o pacote de arroz de 5 quilos (tipo 1, polido) mais caro encontrado entre os lugares analisados é o do Extra, custando R$ 15,90 a unidade. Por outro lado, o item mais caro entre os atacadistas foi encontrado no Fort Atacadista, a R$ 10,89 a unidade, o que representa uma diferença de R$ 5 entre o supermercado de varejo e o de atacado.

Entre as opções pesquisadas de feijão (pacote de 1 kg), a mais unidade cara também foi encontrada no Extra, por R$ 5,89, contra a opção mais cara do Fort: R$ 4,39, o que significa uma diferença de R$ 1,50 do mercado de atacado para o de varejo.

Já o litro de óleo tem preços parecidos entre os varejistas e os atacarejos. Mesmo assim, ainda é possível observar economia de R$ 0,13 no bolso de quem compra, mesmo no varejo, em supermercado atacadista.

Confira o tabela que detalha os valores:

"Atacarejo" vira opção nas compras e economia pode chegar a 46% na crise

Cuidados - Tanto nos supermercados atacadistas, quanto nos varejistas, foram considerados apenas valores na compra por unidade, e não em atacado. Sendo assim, o preço final cai ainda mais caso o consumidor leve para casa pacotes fechados, em atacado. Nos supermercados atacadistas, a venda em grande quantidade oferece preços ainda mais baixos, contrastando mais com os preços praticados nos varejistas.

Para o economista, se o consumidor escolher planejar as compras para levar maior quantidade para casa, esse pode ser um grande aliado na economia doméstica. No entanto, apesar de apresentar vantagens no valor final dos gastos, o economista alerta para o consumo excessivo. "Existe uma tendência forte de, ao comprar em grande quantidade, acabar aumentando o consumo também. Mas isso é um perigo pro bolso", destaca.

"Além de aproveitar o preço mais em conta, também é preciso fazer um racionamento do uso, um uso consciente do que foi comprado para que realmente o orçamento seja mantido em dia e a economia realmente ocorra", alerta o especialista.

Se a família acaba consumindo rápido o que comprou em grande quantidade, acaba não valendo a pena o esforço e, às vezes, o comprador acaba tendo que voltar ao supermercado mais cedo para preencher novamente a despensa.

"A supermercado atacadista realmente oferece um diferencial nos preços, realmente são uma ótima oportunidade de negócio para o cliente. Se for para comprar em varejistas, em mercados de bairro, é preferível deixar só para os perecíveis e aquilo que é comprado em menor quantidade", finaliza.

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