ADM promete usar matéria-prima e mão de obra locais em nova fábrica
Ao lançar, em Campo Grande, a pedra fundamental de uma fábrica com investimentos previstos de US$ 250 milhões , equivalente hoje a R$ 560 milhões, o presidente mundial multinacional ADM (Archer Daniels Midland Company), o argentino Juan Luciano, garantiu que a indústria, que vai produzir proteína de soja, será abastecida com matéria-prima de Mato Grosso do Sul e “não trará ninguém de fora” para trabalhar. A previsão, quando o complexo localizado no Núcleo Industrial, na saída para Aquidauana, estiver em pleno funcionamento, é de processamento de 50 mil toneladas de soja por ano.
O lançamento da pedra fundamental reuniu autoridades nesta manhã, incluindo o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), para quem o investimento é mais uma concretização das iniciativas da administração estadual para industrializar, por aqui, a produção local, ampliando o valor da produção. “É benefício para o Estado, que vai receber impostos sobre os produtos comercializados”, definiu.
A fábrica vai receber, além de incentivos fiscais da ordem de 90% dos tributos previstos, um terreno que é do governo para a implantação de estacionamento. O cronograma da unidade prevê a entrada em funcionamento da primeira fase até o fim de 2015 e o funcionamento pleno em 2016.
O presidente da empresa afirmou acreditar que os produtores do Estado darão conta de suprir a demanda e disse que, “em último caso”, vai ser comprada soja produzida no Mato Grosso. Quanto à mão de obra, o executivo afirmou estar “confortável” com a qualidade dos trabalhadores do Estado disponíveis para atuar na empresa. A ADM informou que vão ser 80 empregos diretos, quando a fábrica estiver concluída. Durante a construção, a ADM calcula que serão gerados 500 empregos diretos.
De acordo com Juan Luciano, esse é o maior investimento na América do Sul já feito pela multinacional, que está em Campo Grande desde 1997. A construção será ao lado da unidade de processamento de soja que já existe na cidade. O presidente disse que será a segunda unidade de produção de proteína de soja no mundo. A outra fica nos Estados Unidos.
Fatores decisivos - Ao explicar a escolha por Campo Grande, o executivo da ADM disse que a localização foi um dos fatores de decisão, uma vez que a intenção é atender a demanda do mercado sul-americano. A fábrica, completou Juan Luciano, é uma aposta da companhia em um mercado que tem previsão de crescimento de 6% até 2020. O foco é a mudança na alimentação que ocorre no mundo todo, com a maior preocupação com alimentação saudável e qualidade de vida. A demanda, explicou Juan Luciano, vem da indústria da alimentação e de bebidas.
O Brasil, para a ADM, é considerado estratégico nesse processo e Mato Grosso do Sul também. “Aqui temos toda a cadeia, desde o fazendeiro até o supermercado onde o produto final é vendido”, afirmou o presidente da ADM para a América do Sul, Walmor Schaffer.
Quando ao escoamento da produção, o presidente mundial da ADM informou que, hoje, o Brasil é mais preparado para o transporte rodoviário, mas a intenção, até 2016, é ampliar o uso da ferrovia para fazer a produção chegar aos mercados consumidores.