Apesar de dias de frio intenso, produtores conseguiram salvar hortas
Mesmo com gelo que se formou sobre plantas, técnica com água impediu perdas
O impacto do frio ainda não chegou nos revendedores de hortaliças de Campo Grande e mesmo quem produz os vegetais aqui e os distribui ou vende também conseguiu se safar dos danos provocados pelas baixas temperaturas, ao menos por enquanto.
Dono de uma horta no bairro Nova Lima, onde o dia amanheceu com gelo sobre troncos de árvores e folhas de grama, Vinícius do Nascimento Barbosa, 18 anos, contou que acordou às 4h para jogar água sobre as verduras e explica porquê.
“Levanto às 4h da manhã e molho todo o espaço. No meio da tarde, molho mais uma vez e no início da noite, de novo. Isso faz com que o gelo não queime a planta. E como usamos água do poço, que é um pouco mais quente, isso mantém a terra firme também pra a planta”.
A horta dele existe há 13 anos e primeiro foi tocada pelo avô, então pelo pai e agora por ele. “Em 13 anos, nunca perdemos nada por causa do frio. Algumas plantas são mais sensíveis, mas nenhuma perda mais séria. Agora, se ficar mais frio e se prolongar, não tem muito o que fazer. Só a água mesmo”, conta.
Com a mesma técnica, Manoel Gonçalves Padilha, dono de horta no Bairro Lagoa Dourada, também não teve perdas. Às 4h30 da manhã de hoje, ele estava aguando suas hortaliças. “Nem houve geada nas proximidades”, comentou.
Há cinco anos no local, este é o primeiro frio que ele pega. “Durante os outros anos foram poucos dias, mais pelo meio de julho, mas nada forte também. Agora, se o inverno for mais forte, aí dá mais medo”, avalia.
Dono de um mercado cujo foco são as hortaliças, Omegan Marques Rosa, afirma que o impacto real desse último frio será sentido no sábado, quando chegam novas mercadorias. Ele avalia que, se houver perdas, será de produtores do sul do Brasil. “Eu tenho estoque com verduras da região, mas teve problemas no Paraná, mas ainda não me afetou aqui”, sustentou.