Com 98 pesquisas, professores detalham desafios da Rota Bioceânica
Ao todo, 28 representantes de universidades de Mato Grosso do Sul acompanham desbravadores que foram ao Chile
Entre os 108 desbravadores da Expedição Rila (Rota de Integração Latino-Americana) está um grupo de 28 professores de universidades de Mato Grosso do Sul que faz pesquisas no corredor bioceânico. São 98 trabalhos em temas que incluem agronegócio, cultura, educação, turismo, desenvolvimento sustentável e saúde.
Os pesquisadores desenvolvem um mapeamento dos impactos econômicos nos municípios da Rota. Analisaram a estrutura produtiva das cidades e os desafios da Integração do Corredor Rodoviário Bioceânico passando por Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.
As pesquisas são viabilizadas pela UniRila (Rede Universitária da Rota de Integração Latino-Americana), criada em 2017 e coordenada pelo professor doutor Ruberval Franco Maciel. Ele comemora a entrada recente de mais três universidades chilenas. Agora, são 15 instituições do Brasil, do Paraguai, do Chile e da Argentina. "Visam fazer estudos técnicos e dialogar com os governos e com os empresários", conta Ruberval.
Com duas expedições da Rota Bioceânica no currículo, o professor ainda se lembra da primeira vez que se aventurou pelo caminho com aproximadamente 2.500 mil quilômetros. "Não tinha ponte, não tinha asfalto", diz. Seis anos depois, ele comemora ao conferir ao vivo e em cores avanços que incluem o andamento das obras da ponte em Porto Murtinho, distante 440 quilômetros de Campo Grande.
O professor também reconhece o longo trabalho a ser feito para que o corredor bioceânico esteja pronto em 2025 e as pesquisas da UniRila fazem parte dos avanços necessários.
Entre os trabalhos está da professora doutora Elisângela Serenato Madalozzo, do curso de Engenharia de Alimentos do campus da Naviraí. Ela quer estreitar parcerias com as instituições da UniRila nas áreas de produção, comercialização e exportação de alimentos e bebidas. Além disso a proposta é a criação e a viabilização de um selo para produtos produzidos dentro a Rila "trazendo autenticidade e agregando valor".
Outro levantamento da Rede é da professora doutora Alessandra Machado, do curso de Medicina. Ela participa do projeto "Uems na Rota" coordenando pesquisas relacionadas a doenças cardiovasculares e infecções sexualmente transmissíveis em trabalhadores do setor de transporte e em populações em situação de vulnerabilidade. O objetivo é criar parcerias com pesquisadores para estudos multicêntricos, com protocolo único em vários centros de pesquisa ao mesmo tempo.
Tecnologias em Inteligência Artificial também então entre os temas dos trabalhos feitos pelos professores da UniRila. A doutora Vanessa de Moraes Weber é diretora de informática da Uems e durante a expedição quer estreitar laços para pesquisas em logística, diagnósticos médicos, pecuária de precisão e um observatório de dados transfronteiriços.
A Rota Bioceânica criará importante conexão viária entre o Centro-Oeste brasileiro e o Oceano Pacífico, tendo início em Mato Grosso do Sul e desembocando em Porto Murtinho. Dali, o trajeto cruza o território paraguaio por Carmelo Peralta, Mariscal Estigarribia e Pozo Hondo. Depois, o trecho atravessa o território argentino passando pelas cidades de Misión La Paz, Tartagal, Jujuy e Salta, ingressando no Chile pelo Passo de Jama, até alcançar os portos de Antofagasta, Mejillones e Iquique.
Na sexta-feira (24), a 3ª Expedição da Rota Bioceânica ou Rila (Rota de Integração Latino-Americana) saiu de Campo Grande com autoridades, empresários, jornalistas e pesquisadores. A meta da comitiva é atestar a viabilidade econômica do caminho de 2,5 mil quilômetros indicando aos participantes todo o processo aduaneiro, alfandegário e de desembaraço que passam os produtos exportados.
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