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Economia

Com vendas fracas, até a inadimplência cai, só o natal pode salvar o ano

Anny Malagolini | 29/08/2016 17:36
Mais de 4 consumidores quitaram suas dívidas em julho (Foto: Fernando Antunes)
Mais de 4 consumidores quitaram suas dívidas em julho (Foto: Fernando Antunes)

O comércio em Campo Grande, principalmente o varejista, passa por momentos difíceis em razão da baixa do mercado. Até mesmo o número de inadimplentes caiu, o que demostra que o consumidor tem se endividado menos, e consequentemente, comprado menos.

A queda do consumo no comércio da Capital tem acompanhado o setor desde o ano passado, quando a crise econômica ganhou força, junto as disputas políticas. Até mesmo nas datas tradicionalmente comemorativas, como dias das mães e dos pais, as vendas não superaram a expectativa. Sem estimativa de melhora, o consumidor da Capital diminuiu o ritmo de compra.

Em julho, foi registrado o menor Índice de Negativação do Comércio (INC) deste ano, já o Índice de Recuperação de Crédito (IRC), apresentou queda pelo segundo mês consecutivo. Ainda com a queda, foram mais de 4 mil exclusões do cadastro de inadimplentes do sistema do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), conforme apontou boletim produzido pela Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG).

Para o economista Paulo Ponzini,l há duas explicações para a queda do número de inadimplentes em Campo Grande. A primeira é de que as pessoas estão deixando de comprar, então, com isso, diminui o número de inadimplentes. “Estão sendo mais cautelosas, é um momento de cautela. A economia está querendo começar a melhorar, embora os indicadores ainda não demostrem isso”, resumiu.

A segunda hipótese do economista é de que as pessoas, de fato, estão usando o dinheiro para 'matar' as dívidas. “Essa é a nossa recomendação, para fazer no fim do ano com o 13º, e depois do pagamento que faça dividas novas”, destacou.

Centrão - A baixa do mercado é comprovada com a baixa movimentação do principal endereço do comércio varejista de Campo Grande, a Rua 14 de Julho. Quem sobrevive do comércio da região, afirma que 2016 é o pior ano da década para os negócios, como o comerciante Ivan Amorim, que trabalha no setor do vestuário há pelo menos 20 anos.

Com a falta de clientes, ele disse que até uma das linhas de créditos da loja já não está em operação: o crediário. Para manter o negócio em meio ao desanimo do mercado, ele comentou que a aposta são as vendas do final do ano. "Ainda assim, o lucro não deve ser suficiente para recuperar a perda de um ano inteiro. O povo esta desmotivamo, não quer comprar, vamos precisar de estimular para reviver o comércio", expôs.  

Para o lojista Fernando Gomes, 41 anos, nem mesmo o fim do ano deve ajudar a superar a crise de todo o ano. Embora as vendas aumentem, ele disse acreditar que os custos em atender a demanda maior da época acabam impedindo o lucro. “A gente passou o ano todo no aperto, e a chances de que o natal do ano passado se repita, é grande, mas ainda é a nossa principal aposta”, contou.

Mas para os consumidores, a época é de economizar, até mesmo quando se pensa em comprar, como sugeriu a técnica de enfermagem Andreia Alexandre, 47 anos. “Já comecei a juntar dinheiro, porque pagar a vista rende desconto, e no cartão a gente não consegue essa pechincha”, indicou.

Já para a professora Lívia de Castro, o ideal é economizar para ter dinheiro nas liquidações. "A hora é de saber usar o dinheiro, então só gasto quando sei que o produto está bem abaixo do preço. Acabou a época da fartura", brincou. 

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