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Economia

Comércio a "meia-porta" no Centro confunde consumidor na Capital: pode ou não?

Vendas presenciais seguem proibidas até o dia 4 de abril, segundo decreto estadual

Marta Ferreira e Bruna Marques | 29/03/2021 14:09
Loja de calçados no Centro de Campo Grande com meia porta aberta. (Foto: Paulo Francis)
Loja de calçados no Centro de Campo Grande com meia porta aberta. (Foto: Paulo Francis)

Basta dar uma volta pelo Centro de Campo Grande para ver que inúmeros comércios estão com portas abertas, nem que seja pela metade. Essa cena é registrada em várias regiões da cidade também e provocou enxurrada de ligações e mensagens ao Campo Grande News. 

Ao andar na região central, a reportagem identificou lojas de roupas, de departamentos, de utensílios domésticos, de bijuterias, de calçados, de cosméticos e de brinquedos com “meia-porta” aberta.

Alguns ainda colocam a faixa zebrada amarela e preta, para demonstrar que o acesso do público não é permitido. Mas em outras não há nada. Durante cerca de 1h20 percorrendo o Centro, em nenhum momento a reportagem flagrou pessoas entrando.

Nas 4 principais quadras do Centro, encontramos 12 lojas abertas, de confecção infantil a venda de cosméticos. Na 14 de Julho, a "meia-porta" serve para mostrar que o comércio funciona, "como pode", diz Kadija Akra, filha do proprietário da Planeta Kids, loja na esquina com a Marechal Rondon. Ela conta que ao lado do irmão se reveza entre Whatsapp, Facebook e Instagram. "Hoje fizemos 7 vendas assim, além dos orçamentos, porque trabalhamos com móveis".

Loja de produtos para casa e hotelaria com parte das portas abertas na Avenida Calógeras hoje cedo. (Foto: Kísie Ainoã))
Loja de produtos para casa e hotelaria com parte das portas abertas na Avenida Calógeras hoje cedo. (Foto: Kísie Ainoã))

Na Calógeras, em estabelecimento que vende produtos para hotelaria e utensílios domésticos, a resposta dada é de que a entrada da loja estava entreaberta para que os funcionários não “sufocassem” no calor.

Na loja de sapatos Passaleti, também na 14 de Julho os atendentes garantem que a porta aberta serve apenas para entregar cartões com o número de Whatsapp para o consumidor "continuar comprando à distãncia"

Recomendação - A reportagem procurou as duas entidades representativas do setor comercial, CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) e ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande) e a resposta dada foi de que a orientação aos comerciantes é seguir as regras do decreto estadual, que só permite vendas por delivery e drive-thru. Não podem atender clientes nem do lado de fora.

Foi assinalado pelas duas associações que estar com a porta aberta pela metade não significa exatamente que estão ocorrendo vendas presenciais. Quando a reportagem esteve na área de comércio, não flagrou vendas ao vivo.

Hoje pela manhã, empresários se reuniram com o governo para pedir flexibilização das regras, mas os pontos não foram atendidos.

Por enquanto, segue o que está prescrito no decreto estadual: até dia 4, só podem funcionar comércios de setores essenciais, como venda de alimentos e medicamentos. Ainda assim, é vetada a aglomeração de pessoas nos lugares e consumo in loco.

Foi solicitado posicionamento da prefeitura sobre a fiscalização dessa regra e não houve retorno até o fechamento desse texto.

Loja com porta entreaberta também no Centro de Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)
Loja com porta entreaberta também no Centro de Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)


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