Comércio a "meia-porta" no Centro confunde consumidor na Capital: pode ou não?
Vendas presenciais seguem proibidas até o dia 4 de abril, segundo decreto estadual
Basta dar uma volta pelo Centro de Campo Grande para ver que inúmeros comércios estão com portas abertas, nem que seja pela metade. Essa cena é registrada em várias regiões da cidade também e provocou enxurrada de ligações e mensagens ao Campo Grande News.
Ao andar na região central, a reportagem identificou lojas de roupas, de departamentos, de utensílios domésticos, de bijuterias, de calçados, de cosméticos e de brinquedos com “meia-porta” aberta.
Alguns ainda colocam a faixa zebrada amarela e preta, para demonstrar que o acesso do público não é permitido. Mas em outras não há nada. Durante cerca de 1h20 percorrendo o Centro, em nenhum momento a reportagem flagrou pessoas entrando.
Nas 4 principais quadras do Centro, encontramos 12 lojas abertas, de confecção infantil a venda de cosméticos. Na 14 de Julho, a "meia-porta" serve para mostrar que o comércio funciona, "como pode", diz Kadija Akra, filha do proprietário da Planeta Kids, loja na esquina com a Marechal Rondon. Ela conta que ao lado do irmão se reveza entre Whatsapp, Facebook e Instagram. "Hoje fizemos 7 vendas assim, além dos orçamentos, porque trabalhamos com móveis".
Na Calógeras, em estabelecimento que vende produtos para hotelaria e utensílios domésticos, a resposta dada é de que a entrada da loja estava entreaberta para que os funcionários não “sufocassem” no calor.
Na loja de sapatos Passaleti, também na 14 de Julho os atendentes garantem que a porta aberta serve apenas para entregar cartões com o número de Whatsapp para o consumidor "continuar comprando à distãncia"
Recomendação - A reportagem procurou as duas entidades representativas do setor comercial, CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) e ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande) e a resposta dada foi de que a orientação aos comerciantes é seguir as regras do decreto estadual, que só permite vendas por delivery e drive-thru. Não podem atender clientes nem do lado de fora.
Foi assinalado pelas duas associações que estar com a porta aberta pela metade não significa exatamente que estão ocorrendo vendas presenciais. Quando a reportagem esteve na área de comércio, não flagrou vendas ao vivo.
Hoje pela manhã, empresários se reuniram com o governo para pedir flexibilização das regras, mas os pontos não foram atendidos.
Por enquanto, segue o que está prescrito no decreto estadual: até dia 4, só podem funcionar comércios de setores essenciais, como venda de alimentos e medicamentos. Ainda assim, é vetada a aglomeração de pessoas nos lugares e consumo in loco.
Foi solicitado posicionamento da prefeitura sobre a fiscalização dessa regra e não houve retorno até o fechamento desse texto.