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Economia

Controladora da Enersul vende ativos de geração por R$ 1,4 bilhão

Priscilla Peres | 21/11/2014 16:07

A Energisa, empresa responsável pelas 8 concessionárias do Grupo Rede entre elas a Enersul, vendeu ontem um conjunto de usinas para a Brookfield, por R$ 1,4 bilhão. A ação faz parte de uma estratégia de se capitalizar e reduzir a dívida líquida consolidada da companhia.

Segundo reportagem publicada pelo Valor Econômico, a operação vai reduzir a dívida líquida consolidada da companhia de R$ 2,6 bilhões, o equivalente a quase 40% de seu endividamento total ao fim de setembro, de R$ 6,7 bilhões.

"Isso segue o planejamento que foi pensado quando concluímos a operação do Rede", afirmou ontem o presidente da Energisa, Ricardo Botelho, em entrevista ao Valor Econômico. "Era importante, para ter uma situação confortável de liquidez e endividamento, ocorrer essa capitalização. Chegamos a anunciar que estávamos analisando várias opções, entre elas também a venda de ativos", completou.

Essa é a segunda operação de capitalização que a Energisa faz após assumir o Grupo Rede este ano, que mais que dobrou a base de unidades consumidoras da companhia. A primeira, um aumento de capital privado de R$ 350 milhões, ocorreu no ano passado, quando a empresa já se estruturava para a aquisição do grupo.

De acordo com o presidente, a Energisa espera receber parte dos R$ 1,4 bilhão relativos ao negócio ainda este ano, mas a conclusão total da operação está prevista para o primeiro trimestre do próximo ano. "Nossa intenção é buscar a aprovação [do negócio] neste exercício. Mas dependemos muito de terceiros, do cronograma de reuniões de órgãos reguladores. A expectativa mais realista seria [receber] uma parte este ano ainda, até [o fim de] dezembro. E uma segunda parte ainda no primeiro trimestre do ano que vem", afirmou Ricardo.

Operação - Ainda de acordo com o Valor, no caso dos ativos da Energisa, 40% serão financiados com recursos próprios do braço de energias renováveis e outros 60% por fundos sob sua administração. Procurada pela reportagem, a companhia preferiu não comentar a transação.

A negociação envolveu 488 MW de capacidade instalada em PCHs (43 MW), localizadas em Minas Gerais e Rio de Janeiro; um parque eólico no Rio Grande do Norte (150 MW); usinas de cogeração a base de biomassa de cana-de-açúcar em São Paulo e Mato Grosso do Sul (175 MW, sendo 115 MW em instalação); e uma hidrelétrica no Mato Grosso (120 MW).

Com a operação, a Energisa se desfez de todos os ativos de geração em operação e em construção. A companhia, no entanto, mantém em carteira quase 300 MW de projetos em estudo, sendo 210 MW em eólicas, 60 MW em usinas solares e uma PCH de 20 MW.

Com a conclusão da aquisição do grupo Rede, a Energisa assumiu o controle de oito distribuidoras que estavam sob intervenção da Aneel. Ampliou seu portfólio para 13 distribuidoras e aumentou, de 2,5 milhões para 6 milhões, o número de consumidores, alcançando o posto de sexto maior grupo de distribuição em número de clientes no Brasil.

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