Demitidos da usina Vetorial podem ser transferidos para a unidade de Corumbá
Funcionários demitidos da unidade de Ribas do Rio Pardo, município a 103 quilômetros de Campo Grande, da usina siderúrgica Vetorial, podem ser reposicionados na unidade de Corumbá caso tenham interesse. A informação foi dada pelo diretor-presidente da empresa na cidade, Gustavo Trindade, ao jornal Rio Pardo News.
Nesta quarta-feira (28), Trindade anunciou que 195 funcionários serão desligados da companhia. Desde setembro de 2014 os alto fornos da usina estavam parados e os trabalhadores recebiam através do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), época em que o Grupo Vetorial deu férias coletiva a 144 dos seus 229 colaboradores.
Quatro meses - Havia expectativa de que a empresa voltasse a funcionar no próximo mês ou em março, mas a unidade interromperá as atividades porque, segundo o diretor, "hoje, não existe sequer um comprador para que seja possível manter e sustentar a produção em Ribas".
Para evitar a situação, custos de toda a natureza foram cortados. "Entramos em contato com todos os clientes para tentar ter uma carteira de clientes mais sólida, renegociamos com instituições financeiras com as quais tínhamos obrigações. Mas, apesar disso tudo, o mercado não reage e vem piorando", compartilha.
Por isso, foi anunciada a demissão em massa. "Permanecerão na unidade de Ribas de 15 a 20 funcionários somente para serviços de manutenção essenciais e segurança", disse Trindade.
Economia quebrada - Segundo o diretor, nem mesmo ações da administração municipal poderiam impedir a paralisação. "A crise vai além das capacidades do município e da própria Vetorial. É um problema, por um lado internacional, mas, principalmente, nacional. Se deve à apatia e à quebra total da economia brasileira. Mesmo com toda a boa vontade do prefeito, que sempre esteve presente e preocupado, não há nenhuma ação efetiva, nesse momento, que a prefeitura possa fazer para reverter esse quadro em curto prazo", explicou o diretor em entrevista ao Rio Pardo News.
Para Trindade, o cenário econômico não sofrerá reversão. "Eu acho que o país está numa situação muito delicada. Para melhorar, ainda vai piorar muito. Acho que a gente ainda não chegou no fundo do poço", desabafa.
"Não sei quanto tempo nós vamos gastar, como país e como cidadãos, para recuperar essa situação. Realmente estou preocupado. Vamos continuar lutando, mas não estou vendo nenhuma sinalização de melhoria das coisas a curto ou médio prazo. Se o Brasil quebrar, a Vetorial quebra", anuncia.
Outras unidades - Diante do cenário, não há nenhuma expectativa de retomada das atividades no município. Ainda segundo o diretor-presidente, as outras atividades do grupo continuam ativas. "Continuamos atuando na área de mineração em Corumbá e, no setor de carbonização, em Água Clara e Três Lagoas", afirma.