Em 9 meses, cigarreiros perdem R$ 246,065 milhões em cargas apreendidas
No total, Receita Federal apreendeu R$ 375,181 milhões em produtos ilegais de janeiro a setembro, 65,58% são cigarros
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De janeiro a setembro deste ano, a Receita Federal em Mato Grosso do Sul apreendeu R$ 375,181 milhões em mercadorias ilegais, aumento de 28,4% em relação a igual período de 2019. Do total, 65,58% correspondem ao que foi confiscado em cigarros contrabandeados.
Do total confiscado no período, R$ 246,065 milhões fora referentes ao valor dos cigarros contrabandeados. Isto representa aumento de 21% em relação ao período de janeiro a setembro de 2019, quando foram confiscados R$ 203,129 milhões em produto.
Em relação aos produtos eletrônicos confiscados, a alta foi de 173%, passando de R$ 10,551 milhões para R$ 28,826 milhões.
O delegado da Receita Federal em Campo Grande, Edson Ishikawa, atribui o aumento à atuação integrada da Receita Federal com as polícias Federal, Rodoviária Federal e Militar, que criaram pontos de controle na fronteira, evitando a passagem de contrabando e descaminho.
Segundo o delegado, o período de pandemia não teria influência sobre este aumento. “Contrabando e descaminho não seguem regras, vão encontrar outros caminhos, não é a pandemia que será empecilho para eles”, avaliou.
O delegado diz que ainda há casos em que as pessoas não entenderam o “espírito da lei” da cota máxima permitida para compras no exterior. Desde janeiro, o valor permitido é de US$ 500, por pessoa. “É engano que ocorre muito, é cota individual, não pode somar ou passar o que sobrou da sua cota para o amigo”, disse.
Também cita que nos casos em que a pessoa não ultrapassa a cota, cabe confisco, se for caracterizada atividade comercial. Ishikawa cita como exemplo alguém que compre 10 telefones iguais.
Os veículos apreendidos nas operações, carregados com os produtos ilegais, também são confiscados e representam R$ 40,671 milhões. Neste caso, os bens são leiloados, seja como bem servível ou para sucata e representaram alta de 9,4% em relação a 2019, que foi de R$ 36,921 milhões.
Somente em Campo Grande, esse confisco de veículos já representou reversão de R$ 17 milhões angariados em leilões este ano. Segundo o delegado, está previsto para fevereiro outro certame. Na lista, há carros de passeio, carretas e caminhões apreendidos durante fiscalização.