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Economia

Em seis meses, MS arrecada R$ 7 bilhões em tributos federais

Estado teve aumento de 4,36% no acumulado de junho, em comparação com o ano passado

Natália Olliver | 26/07/2023 06:58


Contagem de cédulas em dinheiro. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Contagem de cédulas em dinheiro. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

Mato Grosso do Sul recolheu R$ 7,3 bilhões em tributos federais nos primeiros seis meses do ano, de acordo com levantamento divulgado pela Receita Federal nessa terça-feira (25). O valor representou 10% em termos nominais e 4,36% em termos reais (em que é descontada a inflação) de acréscimo ao registrado no ano anterior, quando o Estado arrecadou R$ 6,9 bilhões.

Apenas no mês de junho, foi registrado R$ 1,1 bilhão. Em comparação ao mesmo período de 2022, o índice cresceu 1,21% no valor real.

Os dados representam o IRPJ (Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas), PIS (Programa de Integração Social), Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), entre outros impostos de competência federal.

Brasil - Em nível nacional, a tributação alcançou R$ 1,1 trilhão no primeiro semestre de 2023. O resultado representa elevação de 4,90% em termos nominais e de 0,31% em termos reais (já descontada a inflação), em comparação ao primeiro semestre do ano passado, quando o montante atingiu R$ 1,089 trilhão.

Quando consideradas somente as receitas administradas pela Receita Federal, a arrecadação de junho somou R$ 174,9 bilhões; no ano anterior foram R$ 174,3 bilhões. Já as receitas administradas por outros órgãos atingiram R$ 5,5 bilhões; em 2022, foram R$ 6,7 bilhões no mesmo mês.

No acumulado do primeiro semestre, as receitas administradas pela RFB somaram R$ 1,088 trilhão, contra R$ 1,024 trilhão de janeiro a junho de 2022. As administradas por outros órgãos alcançaram R$ 54 bilhões. Em 2022, foram R$ 64,6 bilhões.

Análise - Para Clauber Aguiar, gestor do Sindifiscal-MS (Sindicato dos Fiscais Tributários do Estado de Mato Grosso do Sul), o aumento demonstra o crescimento da economia e, consequentemente, da arrecadação em todo território nacional.

"Se não acontece o crescimento de arrecadação esperado, há deficit no orçamento, falta dinheiro para pagar as contas e aí a solução que o governo tem é emitir título no mercado, se endividar. Isso gera inflação. Para solucionar isso o que a gente observa é o governo central se mexendo para aumentar a carga tributária. Isso tá acontecendo de uma forma sutil", pontuou Clauber.

Questionado sobre as previsões, o gestor afirmou que também devemos considerar as medidas tributárias implementadas pelo Governo Federal, como a majoração da carga sobre os combustíveis.

"Na prática, esse aumento é a real responsável pela quase manutenção nos números arrecadatórios, descontado a inflação, comparado com o ano anterior. O que, em última análise, demonstra na verdade uma retração da economia neste primeiro semestre de governo central. Já no âmbito estadual, o cenário varia diante os tributos distintos que incidem na base tributária, tendo apenas a garantia dos repasses proporcionais do IRPJ e IPI, proporcional ao que a União arrecada em nosso Estado", disse.

Clauber ressalta que o relatório é realizado a cada dois meses para avaliar os impactos na economia e confirmar projeções. A Receita [Federal] está soltando esse relatório agora, mas a cada dois meses é medido. Então, se passou dos 8% que tava projetado, aí seria algo mais concreto, algo mais verdadeiro. A gente fala de arrecadação, senão é fantasioso esse quadro", concluiu

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