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Economia

Empresa coreana propõe projeto de US$ 2 bilhões para Campo Grande

Com o conceito Smart City, a empresa pretende investir mais de US$ 2 bilhões no projeto

Geisy Garnes | 20/08/2018 14:19
Reunião entre empresários e prefeitura aconteceu nesta manhã (Foto: Divulgação)
Reunião entre empresários e prefeitura aconteceu nesta manhã (Foto: Divulgação)

Campo Grande está sob análise de um grupo coreano que tem planos de instalar usina de energia solar fotovoltaica, em complexo industrial tecnológico com o conceito Smart City - uma cidade auto-sustentável. A proposta para o investimento bilionário é da empresa Korea System Business (KSB), que enviou representantes para reunião nesta segunda-feira (20) com o prefeito Marquinhos Trad (PSD) para detalhamento da ideia, já apresentada anteriormente.

O investimento inicial previsto é de US$ 2 bilhões, que podem chegar a US$ 14 bilhões. Do valor já liberado pelo fundo de investimento de Dubai, US$ 1,5 bilhões são destinados à construção da usina de energia solar fotovoltaica - a energia obtida através da conversão direta da luz em eletricidade. Outros US$ 500 milhões são para investimento diretamente nos municípios de Mato Grosso do Sul na troca das antigas lâmpadas de sódio por lâmpadas de LED.

Pela proposta apresentada, basta os prefeitos sul-mato-grossenses manifestarem interesse em trocar as lâmpadas de todas as vias e órgãos públicos da cidade. O investimento, afirma a empresa corenao, será pago com o valor economizado com energia, ou seja, se a economia for de 50%, o que deveria ser pago à fornecedora de energia, seria repassado à KSB.

O encontro de hoje foi o segundo entre prefeitura e empresários. No primeiro, em 22 de maio, o projeto foi apresentado ao prefeito. Nesta segunda-feira, foi determinada a criação de uma comissão técnica que vai avaliar e entender como a usina seria instalada em Campo Grande.

“Em uma próxima reunião corpo técnico vai discutir todas as possibilidades e trazer toda a equipe que será envolvida para esse projeto ir adiante, então teremos o envolvimento da secretária de finanças, da secretaria de desenvolvimento econômico, da secretaria de meio-ambiente, da agência de tecnologia de Campo Grande”, explicou Sanderson Hilgert, chefe da assessoria técnica da Sefin (Secretaria Municipal de Finanças e Planejamento).

Entre os fatores para que o projeto se torne realidade, a prefeitura estuda a doação de um terreno para que o complexo industrial seja construído. “Hoje estamos falando de um 18 milhões de metros quadrados”, detalhou José Vieira, presidente da empresa no Brasil.

Ainda conforme Hilgert, a prefeitura vai analisar o melhor local para isso, baseado no plano diretor da cidade. “Isso será competência da secretaria de desenvolvimento econômico. Todos os trâmites serão feitos juntamente com o secretário do meio-ambiente, para ver qual a melhor área para a instalação da usina”.

Jong-Bok Park apresentado o projeto ao prefeito Marquinhos Tras (Foto: Divulgação)
Jong-Bok Park apresentado o projeto ao prefeito Marquinhos Tras (Foto: Divulgação)

Cidade Inteligente

O projeto que se inicia com a construção e instalação da usina energia solar fotovoltaica, pretende fazer de Campo Grande a primeira cidade do Brasil com uma Smart City. O conceito vem do princípio de fornecer energia 24 horas por isso, para isso, toda estrutura tecnológica, de saúde e educação, são disponibilizadas dentro do complexo industrial.

“A maior dificuldade para fazer uma Smart City não só aqui, mas no mundo, é ter energia suficiente, a energia sustentável, então já temos com proposta a usina solar fotovoltaica para já ter essa solução. Como aqui tem a área para isso, acredito que é um ótimo local para fazer a primeira Smart City no Brasil”, defendeu o presidente da KSB, Jong-Bok Park.

De uma maneira fácil, Park define que uma Smart City, é um complexo tecnológico em uma cidade só. “Em primeiro lugar vai ter a área industrial, tem que ter hospitais, e tem que ter as melhores universidades do mundo na Smart City e também a parte do comércio, ou seja, um grande shopping”, reforçou o coreano.

A estimativa é que inicialmente o projeto empregue mais de 200 mil pessoas, direta e indiretamente. Os funcionários ainda serão capacitados pela empresa, que pretende vender a energia limpa e os equipamentos produzidos aqui para todo o Brasil e também para a América Latina.

Para os consultores Marcos Afonso e Wellington Knauf, responsáveis pela interlocução entre KSB e Prefeitura, a instalação da usina em Campo Grande abre as portas da Capital para outras empresas internacionais.

“O mais importância é o incentivo que vai ter para outras empresas internacionais, da China, do Japão, da Coreia do Sul e de Singapura, para se instalarem aqui no nosso estado. Porque a energia produzida nessa fotovoltaica, que a KSB quer instalar aqui no Mato Grosso do Sul, vai gerar energia capaz de alimentar esse distrito industrial, isso se torna nosso Estado referência em energia limpa e barata, ou seja, essa energia vai ser mais barata que a normal e não vai ter oscilação de preço”, defendeu Marcos.

Ainda conforme o presidente da KSB, em Campo Grande a empresa encontrou espaço e “as pessoas certas” para que finalmente o projeto, que já tem os US$ 2 bilhões liberados, sai do papel. “É muito importante termos o apoio do município, da prefeitura. Não é qualquer município que um empresário chega e faz um investimento como esse”, completou José Vieira, presidente da empresa do Brasil.

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