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Economia

Estudo feito em cavalos pantaneiros mostra que AIE afeta desempenho físico

Renata Volpe Haddad | 25/01/2016 18:07
Desde 2013, pesquisadores da Embrapa Pantanal faz estudos com cavalos da raça pantaneira. (Foto: Divulgação)
Desde 2013, pesquisadores da Embrapa Pantanal faz estudos com cavalos da raça pantaneira. (Foto: Divulgação)

Através de um estudo feito por pesquisadores da Embrapa Pantanal em equídeos usados no manejo de gado em fazendas do Pantanal, foi constatado que a anemia infecciosa equina (AIE), afeta o desempenho físico dos animais e o estudo confirma os efeitos negativos causados pela enfermidade em cavalos da região.

A iniciativa do estudo, liderada pela pesquisadora Márcia Furlan, da Embrapa Pantanal, é desenvolvida desde 2013 e finaliza agora os primeiros resultados. "Essa doença é viral e não tem cura. Uma vez que o animal esteja contaminado, vai estar sempre contaminado", informa.

A pesquisa envolveu ainda o trabalho da pesquisadora Adalgiza Carneiro, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), sob a coordenação da pesquisadora Sandra Santos, também da Embrapa Pantanal.

Segundo Adalgiza, a equipe comparou o desempenho físico de um grupo de cavalos sadios com o de um grupo infectado em duas fazendas pantaneiras. O objetivo era examinar se a doença prejudica a realização da principal atividade desses animais na região, que é o manejo do rebanho na bovinocultura de corte.

Os testes foram aplicados em dois grupos homogêneos de cavalos da raça Pantaneira, com avaliações de intensidade progressiva, que simularam a rotina de trabalho dos animais na região.

A AIE não infecta humanos, mas causa sérias complicações aos animais, podendo causar a morte dos equídeos.. (Foto: Divulgação)
A AIE não infecta humanos, mas causa sérias complicações aos animais, podendo causar a morte dos equídeos.. (Foto: Divulgação)

Testes - Após um período de condicionamento, aplicações de testes e análises, os pesquisadores constataram que os cavalos infectados têm um desempenho notavelmente inferior em relação aos sadios. "A frequência cardíaca dos cavalos negativos para o teste de anemia infecciosa equina fica baixa durante os testes. Quando os que possuem a doença entram no trote ou no galope, essa frequência vai lá em cima. Portanto, vemos que os animais infectados suportam menos trabalho", avalia a pesquisadora.

Para Adalgiza, isso significa que os animais positivos para AIE são mais suscetíveis a falhas e ataques cardíacos durante trabalhos intensos e longos no campo, característicos da região pantaneira, podendo chegar, até mesmo, à morte.

AIE - A anemia infecciosa equina é causada por um vírus semelhante ao da AIDS, mas com a diferença é que a principal via de transmissão não é a sexual. Entre os equídeos, o vírus se propaga pelo contato com o sangue contaminado.

A AIE não infecta humanos, mas causa sérias complicações aos animais. "Essa doença apresenta três fases: a aguda, a crônica e a assintomática. Na fase aguda, o animal pode morrer. Na fase crônica, ele melhora e piora várias vezes, pois seu organismo está se acostumando com o vírus. Depois, na fase assintomática, ele não apresenta sinais clínicos, mas continua sendo uma fonte de infecção", afirma Furlan.

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