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Economia

Geração nem-nem em MS é uma das menores do País

Mato Grosso do Sul é o terceiro estado com o menor número de jovens nessa situação

Por Jhefferson Gamarra | 23/01/2024 16:18
Jovens soltando pipa em Campo Grande (Foto: Paulo Francis/Arquivo)
Jovens soltando pipa em Campo Grande (Foto: Paulo Francis/Arquivo)

Eles voltaram a chamar atenção por impactarem até no Pib brasileiros. Mas em Mato Grosso do Sul os "nem nem" não fazem tanto estrago. Nesse quesito, o Esato até que vai bem em comparação com o restante do País. É o terceiro estado com menor taxa de jovens que nem trabalham, nem estudam.

De acordo com dados divulgados pelo IBGE em dezembro, existem 631 mil pessoas entre 15 e 29 anos no Estado. Desse total, 101 mil não estudam nem trabalham, isso representa 16,1% do total, deixando MS atrás somente de Santa Catarina (12,8%) e Rio Grande do Sul (15,7%).

A análise da Pnad Contínua 2022 destaca que, na faixa de 18 a 24 anos, 20,03% dos jovens sul-mato-grossenses não estudam nem trabalham, número abaixo das médias da Região Centro-Oeste. O IBGE ressalta ainda que a falta de experiência e qualificação pode comprometer as oportunidades ocupacionais futuras desses jovens.

Levantamento realizado pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) revela que no Brasil a população de jovens "nem-nem", poderia ter contribuído com R$ 46,3 bilhões para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2022, impactando diretamente a economia do país. Esses jovens, entre 18 e 24 anos, que não trabalham e nem estudam, representam 36% de sua faixa etária.

O estudo cruzou dados da população jovem do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com salários médios do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e estima que cada R$ 1 de aumento na renda média dessa parcela teria um impacto de R$ 1,6 milhão no PIB nacional.

Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, destaca que a ausência desses jovens no mercado de trabalho compromete a capacidade produtiva do Brasil a longo prazo. “O Brasil perde capacidade produtiva por ter uma força de trabalho que atuará no mercado pelos próximos 50 anos menos produtiva”, explica.

O economista destaca que as razões pelas quais essa parte significativa da população, representando 36% de sua faixa etária, fora do mercado de trabalho estão relacionadas às condições laborais. Segundo ele, o salário e a estabilidade no emprego já não são suficientes para atrair essa geração.

“Salário e um trabalho estável não são mais suficientes para essa geração, eles precisam se sentir parte do processo e ver a sua marca na geração de valor que a empresa tem, de preferência mostrando impacto direto na sociedade”, opinou economista-chefe da CNC.

Pé de meia - Com o intuito de enfrentar essa realidade, foi promulgada pelo Governo Federal, no dia 16 de janeiro, a Lei nº 54, de 2021, que institui um estímulo financeiro destinado a jovens estudantes do ensino médio público.

Serão contemplados jovens de baixa renda regularmente matriculados no Ensino Médio na rede pública, cujas famílias estejam inscritas no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal), com renda per capita mensal igual ou inferior a R$ 218.

No âmbito da educação para jovens e adultos, poderão receber o benefício aqueles que se encontram na faixa etária de 19 a 24 anos. Para ter acesso a esse auxílio, o aluno deverá atender a requisitos como frequência mínima, aprovação ao término do ano letivo e realização da matrícula no ano subsequente, quando aplicável.

Adicionalmente, a normativa demanda a participação no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) para os matriculados na última série do Ensino Médio, nos exames do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) e nos testes realizados pelos sistemas de avaliação externa dos entes federativos referentes à etapa do Ensino Médio.

O depósito do incentivo ocorrerá em uma conta em nome do aluno, podendo ser uma poupança social digital. Importante ressaltar que essa poupança não será considerada no cálculo da renda familiar para a concessão ou recebimento de outros benefícios. O valor da bolsa ainda será determinado pelos ministérios da Educação e da Fazenda.

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