Preocupados com 2017, consumidores gastam menos e pagam à vista
Passado o Natal, lojistas da região central de Campo Grande têm aproveitado este período, marcado pela troca de presentes, para fazer promoções do que ficou no estoque e atrair clientes. Além disso, os comerciantes relatam a preferência dos consumidores por produtos mais baratos e que estão mais cautelosos, preferindo pagamentos à vista.
"As pessoas estão com medo de 2017 e não querem comprometer o orçamento para o próximo ano", relata a gerente de uma loja de calçados na Rua Dom Aquino, Vera Marotzki, 37 anos. "As vendas também não estão fluindo porque os clientes estão sem dinheiro. Quem antes gastava R$ 1 mil em presentes, agora gasta entre R$ 200 e R$ 300 e estão comprando mais à vista", complementa.
Outro fator que atrapalhou as vendas, segundo os lojistas, foi o atraso no pagamento do 13º salário para os servidores públicos. "O não pagamento atrapalhou muito. As pessoas vinham na loja, queriam comprar um produto e diziam 'na semana que vem recebo o 13º e compro', só que essa semana nunca chegou", lamenta Vera, que tem esperança no aumento das vendas com com o saldão que a loja realiza para limpar o estoque do Natal.
Já a gerente do loja de roupas, Malu Oliveira Cabral, 42 anos, tem considerado o movimento na loja pós-Natal "bem legal", no mesmo ritmo do período antes do feriado natalino, mas que não tem havido muitas trocas, mas elas são bem-vindas.
"Muitas pessoas vem trocar presente e acabam escolhendo algo mais caro, ou acabam comprando os produtos que estão em promoção. Além do cliente que não conhecia a loja vir a conhecer. E também com mais pessoas na loja atrai os curiosos que estão na rua e entram para ver o que está acontecendo", diz Malu.
Ela também comenta que optou para fazer as promoções logo após o Natal, ao invés do início do ano como é tradicional, para aproveitar o ritmo das vendas. Além disso, afirma que as vendas em sua loja "estagnaram" em relação ao ano passado e também percebeu a cautela dos clientes.
"Eu tenho um contato bem próximo com os clientes e tenho percebido que eles estão trabalhando com cautela e comprando à vista para não fazer dívidas para o próximo ano", relata Malu.
Nem todos aproveitam os dias após o Natal para fazer promoções, como é o caso do Diego Lemoigne, 29 anos, proprietário de uma loja de utilidades na Rua Dom Aquino, que vende brinquedos, utensílios para casa e material escolar.
"Aqui não há muitas trocas, pois é uma loja sazonal e não tem promoção de fim de ano. Não houve queda nas vendas do que esperávamos para o Natal, houve um estabilização em relação ao ano passado. Nós estamos concentados no período de volta das aulas, quando as vendas devem aumentar", diz Diego.