Queda no preço da saca deve reduzir produção do milho safrinha em MS
Com redução de 46% nos preços da saca, as perspectivas para a produção do milho safrinha em Mato Grosso do Sul, para o próximo ano, não são as melhores. Uma saca, que em 2012 variava entre R$ 25 e R$ 26, neste ano custa entre R$ 14 e R$ 16.
Com a tendência de queda nos preços, devido ao excesso de produção do milho, os produtores estão desestimulados quanto à cultura.
Em novembro do ano passado, quando os produtores já se preparavam para a plantação, que começa em fevereiro, o volume de vendas das sementes de milho já era praticamente de 100%. Neste ano, o volume é ínfimo, informou o diretor executivo da Fundação MS, Renato Roscoe.
“Ainda é muito prematuro fazer uma avaliação da colheita para 2014, mas será menor, com certeza. No ano passado, em novembro, quase todos os produtores já tinham comprado a semente de milho. Neste ano, o volume de vendas foi ínfimo, até o momento”.
Ainda não há perspectiva de colheita para 2014. Neste ano, o Estado colheu 7 milhões de toneladas do grão em cerca de 1,5 milhão de hectares.
A Fundação MS apresentou hoje (25), na Famasul, (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso do Sul), os resultados das pesquisas relativas ao milho safrinha no Estado, relativo a colheita 2013.
A intenção também foi esclarecer dúvidas dos produtores rurais em relação ao posicionamento de híbridos de milho, manejo do solo, fertilidade, controle de pragas e doenças de plantas.
“Nós queremos trazer para o produtor um balanço dos trabalhos deste ano. Além disso, queremos orientar os profissionais para 2014, indicando o posicionamento de materiais, entre outras orientações”, explicou Renato.
Temas importantes para plantação foram repassados aos produtores, entre eles adubação do milho com nitrogênio.
Conforme o resultado de experimentos existe diferença na produtividade entre híbridos. Segundo o pesquisador de fitotecnia milho, André Lourenção, em uma experiência os híbridos foram colocados com a mesma adubação, manejo, buscando o máximo potencial possível e a diferença foi de 20% entre o mais e o menos produtivo.
Esse estudo facilita a escolha do produtor sobre a melhor tecnologia a ser usada nas lavouras. O posicionamento de materiais e a fitossanidade também fizeram parte da apresentação da Fundação.
Praga - Com o surgimento da praga Helicoverpa Armigera, que chegou ao Brasil neste ano e já foi identificada em vários estados, a Fundação intensificou a orientação aos produtores do Estado. A lagarta é tida pelos especialistas como devastadora.
Porém, para o pesquisador da Fundação MS, Fernando Grigolli, os produtores devem, em qualquer caso, primeiramente identificar a praga para garantir o controle correto da doença. “Identificar é o primeiro passo. É preciso que haja uma estratégia de controle para cada tipo de praga”.
Segundo ele, ainda não há registros da lagarta Helicoverpa Armigera em Mato Grosso do Sul. “E com relação as outras lagartas não existe nenhuma área de descontrole no Estado. Não estamos em status de emergência”.
Durante o evento na manhã de hoje, o pesquisador irá apresentar o resultado de um ensaio sobre o uso de fungicidas em milho e até que ponto seu uso é viável economicamente.
As culturas alternativas e como o produtor de milho pode se organizar para o plantio serão abordados pelos palestrantes. As alternativas de outono e inverno são culturas em que o produtor pode investir, caso não queira destinar toda a plantação para o milho, ressaltou Renato.