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Educação e Tecnologia

Instituto diz que prova de concurso foi divulgada por candidato mal-intencionado

Candidatos garantem que fiscais permitiram que saíssem com avaliação antes da prova terminar, mesmo proibido

Por Geniffer Valeriano | 18/12/2023 09:09
Parte da avalização digitalizada por um candidato (Foto: Direto das Ruas)
Parte da avalização digitalizada por um candidato (Foto: Direto das Ruas)

Instituto Avalia diz que a prova do processo seletivo para cadastro reserva de docentes temporários da SED (Secretaria de Estado de Educação), realizada neste domingo (17), foi digitalizada fora da sala de aula e não "vazada" por organizadores do certame, conforme denúncias de participantes.

Candidatos que participaram do concurso relataram que o documento foi distribuído nas redes sociais, antes mesmo do fim da avaliação e apesar da proibição de sair da sala portando o caderno de questões,

Por meio de nota, o Instituto afirmou que a prova foi levada por um candidato sem autorização. “Usou de destreza para sair com a avaliação", garante a organização. Ainda foi relembrado que o edital informava aos participantes que a saída com o documento era proibida, ressaltando que todos teriam sido avisados sobre a proibição antes do início da aplicação da prova.

“O Instituto nega veementemente o vazamento das provas ou a quebra de sigilo do material, que permaneceu sob guarda e escolta. Afirmamos que, em hipótese alguma, qualquer candidato tenha escaneado a prova dentro da sala de aula. O que ocorreu é que, decorrido mais da metade do tempo de prova, uma pessoa mal-intencionada, descumprindo o edital e as instruções recebidas, conseguiu sair com um exemplar das provas e compartilhá-la nas redes sociais”, relata a organização do concurso.

Apesar do vazamento do caderno de avaliação, o instituto afirma que o certame não será prejudicado, pois os candidatos não conseguiram se comunicar em sala com o meio externo, uma vez que os aparelhos celulares ficaram lacrados. "Os aparelhos que tocaram em sala geraram a desclassificação imediata", esclarece a nota. Também é dito que para ir ao banheiro o candidato precisava passar por detectores de metais na ida e na volta.

Prints de conversas em grupos de professores no WhatsApp (Foto: Direto das Ruas)
Prints de conversas em grupos de professores no WhatsApp (Foto: Direto das Ruas)

“O Instituto Avalia repudia a prática desse candidato e afirma que não medirá esforços para apurar, encontrar e responsabilizar civil e criminalmente a conduta criminosa perpetrada, uma vez que se observa as condutas criminosas tipificadas nos Artigos 155, §4º (furto qualificado por destreza) e 311-A, inciso I (fraude em certame de interesse público), que, se somados e agravados, totalizam uma pena superior a 8 anos de prisão, além de multa”, destacou.

Outro ponto destacado na nota é a presença de ao menos dois fiscais em sala, durante a aplicação da prova. É dito ainda que os fiscais realizavam o acompanhamento dos candidatos conforme as orientações passadas em treinamento que ocorreu no sábado (16).

“O Instituto Avalia reitera seu compromisso pela lisura e isonomia nos processos seletivos que realiza, em especial o certame ao qual esta nota se refere, e informa que atuará em conjunto com os órgãos de segurança do estado do Mato Grosso do Sul para apurar, identificar e punir o candidato infrator, que utilizou de meio ilícito para retirar o exemplar da prova do local de aplicação. Tal atitude criminosa não ficará impune”, encerra a nota.

Em grupo de mensagens, candidatos compartilham experiencia durante a avalização (Foto: Direto das Ruas)
Em grupo de mensagens, candidatos compartilham experiencia durante a avalização (Foto: Direto das Ruas)

Reclamações O Campo Grande News foi procurado pelos leitores que relataram o vazamento da avaliação. Na manhã desta segunda-feira (18), mais candidatos entraram em contato com a reportagem, mas desta vez informando que em alguns polos onde ocorreu a aplicação da avaliação, os fiscais permitiram a saída com o caderno de respostas.

Uma candidata de 26 anos, que pediu para não ser identificada, conta que realizou a avaliação em Campo Grande, na Uniderp. No local, alguns participantes puderam sair com a prova. “Perguntamos aos fiscais se poderíamos levar e ele disse que só os últimos poderiam. Fui uma das três últimas justamente para levar, mas ele liberou para umas 8 pessoas que ficaram até o final.

No município de Três Lagoas, na Escola Estadual Fernando Corrêa, a mesma situação se repetiu, porém os candidatos teriam avisado o fiscal sobre a proibição. “Quero relatar o vazamento da prova para processo seletivo do professor do MS, relatando que na minha sala, os fiscais não sabiam que não podia levar as provas. Os primeiros que saíram com 1 hora de prova levaram os cadernos de prova. Nós que avisamos que não podia sair com o caderno em hipótese alguma”, conta mulher de 46 anos, que não quis ser identificada.

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