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Educação e Tecnologia

Para colapso na saúde da Capital, internações em UTIs teriam de ser 16 ao dia

Equipe da UFMS analisa cenários para ajudar no planejamento de ações; atualmente, situação é confortável

Lucia Morel | 27/04/2020 19:16
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Pesquisa da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) aponta que o colapso do sistema de saúde em Campo Grande começaria se todos os dias, 16 pessoas fossem internadas em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva). Hoje, esse total não chega a um paciente por dia, felizmente.

Os pesquisadores, da Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia (Faeng), analisaram dois cenários, sendo eles o que prevê uso da estrutura hospitalar em período de 10 dias e outro crítico, em que toda as demanda seja utilizada.

“Esse cenário pessimista, buscando o colapso, só ocorreria se a taxa de entrada no sistema de saúde, necessitando de algum tipo de internação pela covid-19, chegasse a 16 pacientes por dia. Hoje a média é de 0,6 paciente a cada 24 horas”, aponta o coordenador da pesquisa, professor João Batista Sarmento dos Santos Neto.

Para os cálculos, foram utilizados números de leitos existentes e a serem destinados ao tratamento da covid-19, de acordo com SES (Secretaria de Estado de Saúde). Seriam então 119 leitos em UTI, 419 em enfermarias e haveria 413 respiradores para atender esses pacientes.

Para chegar ao número do colapso, os pesquisadores aumentaram a taxa de chegada de pacientes que necessitariam de internação diminuindo o tempo entre as entradas nos hospitais de 5% em 5%. Ou seja, 5%, 10%, 15%, 20%, 25%, 30% e assim por diante.

Com isso, foi possível perceber que o gargalo no uso da quantidade de recursos numa situação extrema de redução no tempo entre chegadas, só ocorreria quando fosse alcançado o percentual 95%.

Futuro próximo - Para o período de 23 de abril a 3 de maio, a previsão é de que sete pacientes necessitem ou de leitos de enfermaria, ou leitos de UTI, com ou sem respirador, chegando, em média, um paciente a cada 34,3 horas ou 1,43 dia.

Desses sete leitos, dois pacientes estariam na enfermaria, quatro em leitos de UTI com respirador e um paciente em leito de UTI sem respirador. E durante esse intervalo de tempo, a estimativa é de que dois pacientes sairiam da internação.

“Considerando a quantidade disponível de leitos hospitalares, leitos de UTI com e sem respirador, a simulação mostra que Campo Grande seria capaz de absorver a demanda prevista para os casos com necessidade de internação pela covid-19 nesses dez dias, dada a capacidade de leitos disponíveis para o tratamento da doença”, explica o professor.

“A nossa simulação reflete o que está acontecendo hoje em Campo Grande e essa realidade pode mudar conforme tomadas de decisões municipais. Por isso, vamos fazer uma análise semana a semana para divulgarmos”, afirma a professora Carolina Lino, do laboratório em Simad (Sistemas de Informação e Métodos de Apoio a Decisão).

Atualmente, segundo o professor João, “o cenário indica que a previsão de utilização da infraestrutura hospitalar está confortável no momento, considerando a situação de isolamento atual, medidas de proteção e controle da doença adotadas na capital”.

De acordo com a UFMS, os relatórios da pesquisa serão repassados às Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) e SES (Secretaria de Estado de Saúde). O modelo da pesquisa é baseado em simulações utilizando Teoria da Filas.

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