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Saudade do horário de verão aumenta e maioria pede retorno

Desde que a medida foi removida, a aprovação pelo seu retorno tem crescido, segundo enquete

Guilherme Correia | 30/08/2021 07:44
Relógio marca horário no Centro de Campo Grande. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Relógio marca horário no Centro de Campo Grande. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

Maioria dos leitores (58%) acredita que com a iminência de uma crise energética atingir, de forma considerável, todo o Brasil, o horário de verão deva retornar sua vigência. Esse índice tem crescido ao longo das últimas enquetes publicadas pelo Campo Grande News.

Em declaração recente, o presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), que tem como uma das principais medidas de sua gestão a abolição de tal medida, informou que até poderia retomar o horário, se fosse o desejo da maioria da população. Ainda que muitos se posicionem contra ou a favor, tal questão não é um consenso.

Até 2019, o horário de verão se mantinha em vigor no Brasil desde o verão de 1985, em 11 estados brasileiros, como estratégia de reduzir o consumo de energia elétrica - não de residências individuais, como alguns acreditam que seja, mas sim de toda uma região.

O leitor Job Gomes Dias destaca que a medida divide opiniões pessoais. "Vai ser muito bom pra uns que gostam de chegar cedo em casa e ruim pra outros que vão ter que madrugar para trabalhar", diz. A leitora Ana Aparecida Araújo é uma das que aprova: "sim, deve voltar, assim nós aproveitamos mais o dia".

De acordo com o Ministério de Minas e Energia, entre 2010 e 2014, os dias mais longos permitiram uma economia de R$ 835 milhões nas contas de luz - uma média de R$ 208 milhões durante o horário de verão de cada um desses anos. Somente em 2013, foram R$ 405 milhões poupados, mas caiu para R$ 147,5 milhões em 2016.

De lá para cá, diminuiu ainda mais, o que gerou debates no setor elétrico. Em geral, a principal hipótese é de que o consumo de boa parte da população se alterou. Antes, o pico de consumo acontecia entre 18h e 21h, quando as pessoas chegavam em casa, mas atualmente, estima-se que possa ser a partir das 14h, quando os aparelhos de ar-condicionado estão ligados em larga escala.

A leitora Edna Davalo acredita que não deva retornar, por conta de apresentar pouca redução no consumo. "Sem contar que a maioria das pessoas levantam às 4h da manhã para ir trabalhar, quando na realidade seria às 3h da madrugada", diz, ainda que tal lógica indicaria também que a população dormiria uma hora mais cedo.

Por fim, a leitora Lelia Lomarques destaca que não se pode alterar o horário, definido há milhares de anos, pelo ser humano, por conta de motivos religiosos. "Jamais, pra que mexer com horário que Deus deixou, o homem não respeita Deus, por isso que as coisas tem piorar mais e mais".

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