Caciques da política conversam em tempos de poder em jogo
Raposas da política - Encontro de dois caciques da política aguçou a curiosidade de muita gente. Interino na presidência do Tribunal de Contas do Estado, Jerson Domingos reencontrou um velho amigo do Legislativo, o deputado estadual, Londres Machado (PP). A conversa não deve ter só matado as saudades. Os tempos são de eleições para mesa diretora da Assembleia e indefinições no TCE, depois de afastamento de 3 conselheiros, entre eles a do presidente Iran Coelho das Neves.
Cartas na manga - Com experiência de poucos no quesito articulações, Jerson e Londres sempre têm cartas na manga que podem influenciar no jogo pelo poder. O TCE vive crise sem precedentes, com denúncias de corrupção, e Jerson parece bem disposto a assumir o comando oficialmente do Tribunal. Já Londres tem a força de 12 mandatos e, como deputado estadual a ser reconduzido pela 13ª vez no dia 1º de fevereiro, influência não lhe falta para dar uma ajudinha aos aliados, tanto no TCE, quanto no Legislativo.
Polêmica desmedida? - O governador Eduardo Riedel (PSDB) reclamou da polêmica criada diante do convênio entre a Defensoria Pública de MS e a do Distrito Federal, firmado para auxiliar sul-mato-grossenses presos durante os atos de vandalismo em Brasília. Ele explicou que, além dos envolvidos no quebra-quebra, o caso deixou muita gente apreensiva por aqui
Procura-se - “A violência cometida teve desdobramentos, muitas famílias começaram a buscar o Estado para receber informações de parentes. O que fizemos foi abrir um canal. Não fizemos nada fora da legislação”. Riedel voltou a dizer que não tem lado na hora de trabalhar. “Vamos resolver o problema, independente se as pessoas são da direita ou da esquerda”.
Na correria - Conhecido por ser extremamente protocolar, Eduardo Riedel chegou meia hora atrasado para a entrevista ao vivo em rádio na quinta-feira. A conversa deveria começar às 12h30, foi para 13h e às 14h a agenda já marca reunião com prefeito de Miranda “Vou ficar sem almoço”, avisou.
Fé em Brasília - No dia 27 de janeiro, Riedel volta a conversar com o presidente Lula (PT) e os outros 26 governadores. A expectativa é de boas notícias. O secretário da Casa Civil, Eduardo Rocha (MDB), antecipou que o presidente pediu para MS levar os estudos dos quatro maiores projetos do Estado para a equipe avaliar. Mas para Rocha, se dois assuntos forem resolvidos, o Estado já sai no lucro: a conclusão da UFN3, fábrica de fertilizantes com obra interrompida em 2014, e a duplicação da BR-262.
Oferecido - Nos próximos dias, o PDT regional deve definir o comando do partido que ainda está com o interventor Carlos Cadu, do Rio de Janeiro, como presidente interino. O vice-presidente Enelvo Felini (PDT), disse que a decisão de quem será o titular sairá nos próximos dias. E não disfarça na hora de se oferecer para comandar o barco. “Se eu for convidado e a maioria concordar eu aceito e a gente consegue um bom grupo para as eleições de 2024”
Assistiu de camarote - Enquanto isso, o presidente de honra do partido, João Leite Schimidt, começa a finalmente a tirar do papel o projeto de escrever um livro sobre sua história política. “Quero escrever o que vi e ouvi, já que sou um dos fundadores desse Estado. Deputado estadual no ainda Mato Grosso e deputado federal da primeira bancada de Mato Grosso do Sul. Já me reuni com o escritor e vamos fazer o primeiro capítulo”, avisou. O projeto do livro está engavetado desde 2015.
Em campanha - O deputado estadual Gerson Claro (PP) esteve em Dourados e se encontrou com duas gerações de tucanos: a novata deputada eleita, Lia Nogueira (PSDB). e o experiente Zé Teixeira (PSDB). O representante do PP faz campanha pela presidência da casa. No 8º mandato, Teixeira aproveitou para ensinar que só leva o cargo quem está alinhado com o Executivo. Mas isso não deve influenciar muito desta vez. Dá para contar nos depois de uma mão quem deve fazer oposição a Riedel.
Esnobada - “Existe grande entendimento entre legislativo e executivo e na disputa para eleição, é preciso ter projeto afinado em proposta como governo. Gerson é um bom nome, tem experiência, é bom de diálogo”, defendeu Zé Teixeira. Já a deputada eleita Lia Nogueira deu uma esnobada e disse que ainda está avaliando. “Estamos construindo. Vou conversar com meu partido, para depois tomar uma decisão”.