Centrão continua dando as cartas, avalia Fabio Trad
Quem manda - Derrotado na eleição de domingo (2) para deputado federal, mas com votação expressiva, mais de 43 mil votos, Fábio Trad (PSD) anunciou voto em Lula (PT) no segundo turno e disse que as cartas no Congresso vão continuar sendo dadas pelos parlamentares “bolsonaristas”, que vão ocupar 257 cadeiras em 2023. “Venceu a polarização, que derrotou o centro e mantém o Centrão. Direita e esquerda farão o debate programático, mas o pragmatismo do Centrão sobreviveu e ao que tudo indica continuará mandando”, analisa.
Em campanha - Se depender da vontade de entidades classistas, o vereador e médico Victor Rocha (PP), vai substituir o secretário de Saúde da Prefeitura de Campo Grande, José Mauro Filho, que, no entanto, resiste em deixar a cadeira, mas reconhece que a decisão cabe a prefeita Adriane Lopes (Patriota). Enquanto isso, Rocha vai recrutando apoio a sua campanha pelo cargo. Já são cinco entidades que declararam preferência por ele.
Magoado – Com dedo em riste, em reunião do partido, André Puccinelli, candidato do MDB derrotado na eleição para o governo do Estado, disse, soletrando a palavra individualmente, que filiados estão liberados para escolher o candidato no segundo turno para a sucessão do governador Reinaldo Azambuja. Demonstrando decepção, falou direcionado “alguns que antes das eleições, haviam tomado partido” – numa referência a debandada - e aos que, logo depois do primeiro turno, “já tinha se acertado”. Segundo André, são os que não tem “sentimentos partidários”.
Naufragando - Os emedebistas, na verdade, “continuam” fazendo consultas, como alegou André Puccinelli para não anunciar, na sexta-feira (7), quem ele vai apoiar no segundo turno. Os que terão mandatos, em 2023, só Junior Mochi, eleito deputado estadual, ainda não anunciou apoio a Eduardo Riedel. Os outros dois, Renato Câmara e Márcio Fernandes, já integram a campanha do tucano.
Para onde vou? – Rose Modesto (União), quarta colocada na eleição com 12% dos votos, anuncia na segunda-feira em quem vota no segundo turno. Ainda não sabe de que forma vai fazer o anúncio. Se através de nota ou numa coletiva a imprensa. Modesto foi filiada ao PSDB, partido pelo qual se elegeu deputada federal e exerceu o cargo de secretária estadual no governo Reinaldo Azambuja.
Briga em família - Revoltado com o resultado das urnas, o ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, atribuiu parte do fiasco a falta de pulso do irmão, senador Nelson Trad, no comando do PSD. “O PSD nunca teve comando no Estado e isso ficou comprovado agora. Tínhamos 80 vereadores e menos de 10 apoiaram a indicação do próprio presidente, nem prefeitos apoiaram. Hoje, nesse momento, ele não teria nenhuma autoridade para indicar A, B ou C”, criticou Marquinhos, sexto colocado na eleição com pouco mais de 8% dos votos.
Fagulhas - O racha na família Trad, que não elegeu nenhum membro nas eleições de domingo (2), envolve também a sucessão presidencial. O senador Nelsinho Trad, bolsonarista, queria o partido apoiando o presidente e seu irmão, deputado federal não reeleito, Fábio Trad, prefere o candidato Lula. A solução, acordada pelos irmãos, foi não fechar questão e liberar os filiados para votar como preferir no segundo turno.
Cascos – Apesar dos entreveros eleitorais, Marquinhos e Fábio, prometem continuar no partido comandado irmão Nelsinho. “Ficarei no PSD”, afirma Fábio. “Não estou de malas prontas para sair, mas perdeu-se a autoridade do presidente”, alfinetou Marquinhos.
Novo endereço - O vereador André Luís (Rede) arruma as malas para deixar o partido. Ontem, ele começou o ensaio. Participou da reunião do MDB que liberou filiados para votar no segundo turno da eleição em Mato Grosso do Sul. Derrotado, com pouco mais de 3 mil votos, para deputado estadual, foi elogiado pelo ex-governador André Puccinelli e admitiu a negociação: “Estamos vendo, quem sabe?”.
Pós-urnas – No primeiro fim de semana após a escolha feita nas urnas para disputar o segundo turno, Capitão Contar (PRTB) passará a manhã em reuniões e gravando programas eleitorais, se encontra à tarde com os coordenadores da campanha e diz que tem encontro “com representantes de diversos segmentos”. Já Eduardo Riedel (PSDB) se reúne com apoiadores e grava a propaganda eleitoral.