Devassa em contas leva pânico para quem não foi preso
Sem holofotes – O desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva, do Tribunal de Justiça, tentou acabar com o circo montado no entorno da Operação Coffee Break. Ele fez questão de deixar claro que é contra o espetáculo montado na investigação sobre a cassação de Alcides Bernal (PP).
Só Jesus – Sob pressão da Justiça, familiares e amigos do prefeito afastado, Gilmar Olarte (PP), recorreram a músicas de louvor. Vizinhos ouviram, ontem, hinos religiosos sendo tocados dentro da residência do progressista, que é pastor e teve a prisão decretada pela Justiça.
Estratégia – João Amorim, dono da Proteco, acabou se entregando para facilitar o trabalho da defesa. Se fosse preso pela polícia, o risco dele ter a prisão temporária convertida em preventiva seria maior. A esperança agora é que a agonia acabe até a próxima terça-feira, quando termina o prazo da prisão temporária.
Alívio – Os 17 vereadores receberam com alívio a informação de que o pedido de afastamento foi negado pela Justiça. Liderados pelo presidente interino da Câmara, Flavio César (PTdoB), eles passaram a manhã elogiando o trabalho do desembargador Luiz Cláudio Bonassini, que se transformou em xodó do grupo suspeito de vender o voto para apear Bernal do cargo.
Interesses – Chamou a atenção de jornalistas a ida de um homem com crachá da Câmara Municipal para a coletiva de Marcos Alex, coordenador do Gaeco, no Instituto de Criminalística. O jornalista era o mais incisivo nos questionamentos sobre a Operação Coffee Break e nem ficou vermelho em estar defendo um lado na história.
Vazamento – O vazamento dos pedidos de prisões e afastamentos não irritaram apenas Bonassini. Marcos Alex, do Gaeco, também não escondeu o desânimo com a história. Agora, fica o mistério, a quem interessou e beneficiou o vazamento da informação? O juiz foi direto e incisivo de que a falha ocorreu dentro do MPE.
Ih, e agora? – Vereadores e políticos estão apavorados com a quebra do sigilo bancário e fiscal. O Gaeco espera ter provas contundentes do pagamento de propinas para comprar os vereadores. A devassa poderá confirmar a suspeita de que a cassação de Bernal rendeu de R$ 100 mil a R$ 1 milhão para os vereadores envolvidos.
Agonia – A demora do prefeito da Capital, Alcides Bernal (PP), em compor a equipe é motivo de agonia. Tem gente com o nome certo na equipe que ainda não viu o nome no Diário Oficial do Município. Não bastasse isso, o diário é publicado só após o início da noite.
Interina – Interina no cargo, a secretária municipal de Educação, Leila Machado, decidiu rever a forma de reposição nas aulas. Ela suspendeu o quinto tempo adotado pelas escolas para repor o tempo perdido durante a greve, que ocorreu entre 25 de maio e 25 de agosto. No entanto, a suspensão pode valer só até a nomeação do novo secretário de Educação.
(colaborou Paulo Yafusso)