MS teve urna com votação unânime: sabe onde?
Por aqui – Das 147 seções no Brasil onde a votação foi unânime para um ou outro candidato à Presidência no segundo turno, uma fica em Mato Grosso do Sul. A polêmica da existência de urnas com zero votos para Jair Bolsonaro (PL) alimentou, nos últimos dias, suspeitas de que as eleições tenham sido fraudadas, mas a Justiça Eleitoral nega que a contagem de 100% dos votos para um dos integrantes da disputa eleitoral seja um indicativo de fraude.
Vídeos – Depois que vídeo de eleitora comentando que urna em Confresa (MT) teve todos os votos válidos contabilizados para o presidente eleito viralizou nas redes sociais, foi a vez de eleitor de Dois Irmãos do Buriti (MS) levantar a suspeita sobre votação na seção 68, localizada no município a cerca de 100 km de Campo Grande. No vídeo, o homem comenta: “aí Zé, olha.... essa urna também foi uma das ‘roubadas’, igual aquele vídeo que nós estávamos olhando. Aqui em Dois Irmãos, cara”.
Onde fica? – Na imagem, aparece o boletim do site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com a contagem de votos da seção que funciona na Escola Municipal Indígena Alexina Rosa Figueiredo, localizada dentro da Aldeia Buriti, comunidade Terena em Mato Grosso do Sul. Lá, dos 216 eleitores que compareceram ao 2º turno, 206 votaram em Lula (PT), 9 anularam o voto e 1 votou em branco – ou seja, 100% dos votos válidos foram no petista. No primeiro turno, Bolsonaro também não teve votos na seção da Buriti, onde 212 eleitores escolheram Lula, 5 votaram em Ciro Gomes (PDT) e 2 em Simone Tebet (MDB), além de terem sido contabilizados dois votos nulos.
Convergência – O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul explica que as suspeitas levantadas por eleitores não têm embasamento. Assim como na seção de Confresa (MT), localizada na Aldeia Tapi’itãwa, o fato da votação unânime registrada em Mato Grosso do Sul ter sido em uma comunidade indígena pode explicar o “fenômeno”. “A seção em questão está localizada em aldeia, onde costumeiramente se repetem padrões culturais, de modo que os eleitores votam conforme orientação de suas lideranças, convergindo em uma mesma opinião política”, informou o TRE-MS em nota.
Fiscalização – O Tribunal Regional Eleitoral lembra ainda que “no dia de votação, existem fiscais dos partidos políticos que acompanham os trabalhos, no interior das seções eleitorais, desde seu início até o encerramento”. No País, 147 seções registraram votações unânimes no segundo turno, conforme levantamento feito pela Agência Tatu (de jornalismo de dados), divulgado pelo Estadão. Deste total, em 143 urnas, 100% dos votos válidos foram para Lula e em outras 4, para Bolsonaro.
Repeteco – Mato Grosso do Sul pode repetir a dose do governo Bolsonaro e conquistar no governo Lula dois ministérios. É que além da senadora Simone Tebet, que já faz parte da equipe de transição e deve assumir uma vaga no alto escalão, o nome do advogado Eloy Terena é ventilado dentre os especulados para chefiar o Ministério dos Povos Indígenas. Ele nasceu na Aldeia Ipegue, em Aquidauana, formou-se em Direito e é pós-doutor pela École des Hautes Études em Sciences Sociales, instituição francesa de ensino superior e pesquisa em Ciências Sociais.
De MS – Ao lado de Elizabeth Regina Nunes Guedes, irmã do ministro Paulo Guedes, o professor universitário Henrique Sartori de Almeida Prado, de Dourados (MS), fará parte, pelos próximos quatro anos, da Câmara de Ensino Superior no Conselho Nacional de Educação. As nomeações dos membros da comissão, responsável por aprovar ou não a criação de cursos de graduação, por exemplo, foram feitas pelo presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira (8).
Quem é? – Sartori foi secretário de Governo da gestão do prefeito Alan Guedes (PP) e deixou o cargo em maio deste ano para, dentre outros motivos, dedicar-se à fundação da Unifron (Universidade da Fronteira Oeste) na cidade. Com a exoneração da função que o impedia de exercer cargo eletivo, conforme especulado à época, Sartori também ficaria livre para ser candidato pelo Republicanos, partido ao qual havia se filiado, mas ele não disputou a eleição.
Sem estoque – Cinco dias depois da Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) pedir que a Prefeitura de Campo Grande encaminhe 9 toneladas de ração para 2.815 cães e gatos que vivem em abrigos da Capital, a administração decidiu se posicionar e alegou que não possui estoque. "Assim como Ongs e protetores, a subsecretaria não tem recebido esses itens. Atualmente, o órgão não disponibiliza de nenhum estoque para doação", disse a prefeitura em nota.
Sob nova direção – Quem deve assumir a bronca é a nova subsecretaria do Bem-Estar Animal, Ana Luiza Lourenço. A médica veterinária é de Minas Gerais, mas formou-se na Uniderp, em 2002. Segundo a prefeitura, “entre as experiências profissionais, ela foi a primeira diretora do CCZ de Iturama (MG) e por oito anos atuou na área em Rondônia”. A nomeação da nova gestora da Subea está publicada na edição desta terça-feira (8) do Diogrande.