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Operação "ignora" vírus e cansaço de viagem

Marta Ferreira e Izabela Sanchez | 18/03/2020 06:00
Policiais militares deixam um dos locais de busca da fase 2 da Operação Omertà. (Foto: Marcos Maluf)
Policiais militares deixam um dos locais de busca da fase 2 da Operação Omertà. (Foto: Marcos Maluf)


Pandemia? - Com tudo já preparado, a deflagração da segunda fase da operação Omertá, nesta terça-feira (17), não tomou conhecimento da crise provocada pelo novo coronavírus, que está causando paradeira geral. As equipes correram a cidade, apesar do número de casos já crescendo em Campo Grande e impondo a lei da reclusão.  Ao todo, foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a suspeitos de planejar atentado contra autoridades da segurança.

Sem parar – Para colocar a operação na rua, teve até policial civil que emendou viagem no fim de semana para cumprimento de prisões fora de Mato Grosso do Sul com as ações de ontem. Alguns participaram da viagem que prendeu três acusados da tentativa de assalto milionária ao Nuval (Núcleo de Valores) do Banco do Brasil em Campo Grande, no fim de 2019.

Paisagem – No condomínio Royals Park, um dos locais onde foram feitas busca e apreensão, a cena era curiosa: duas viaturas estacionadas e quase ninguém na rua. Enquanto funcionários limpavam piscinas e as calçadas no endereço, apenas os cães saíam dos prédios, levados para passear.

Da janela – Com a orientação de ficar em casa, muitos vizinhos gastaram o tempo espiando do próprio apartamento o vai e vem de agentes de segurança e viaturas. O Royals Park tem dois edifícios, o Renoir e a Twin Tower, vizinhos ao Shopping Campo Grande, ou seja, num dos metros quadrados mais cobiçados da cidade.

Mantido – O TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), assim como outros órgãos públicos, está restringindo ao máximo as atividades, para evitar a disseminação do coronavírus. Por enquanto, porém, o juiz responsável pelo processo contra 7 réus do “Caso Matheus”, jovem morto por engano, mantém as datas das próximas audiências.

Sem problema – Indagado pela coluna, o juiz Aluizio Pereira dos Santos, disse não ver motivo para adiamento. As sessões estão previstas para os dias 25 e 26 de março, para ouvir uma testemunha de acusação e 18 de defesa.

Mais um - O deputado Eduardo Rocha (MDB) é outro político no aguardo do resultado de exame para a detecção, ou não, do novo coronavírus.  Nesta terça-feira, ele não foi à sessão da Assembleia Legislativa por precaução.

Para hoje - A senadora Simone Tebet (MDB), que é casada com o deputado estadual, também fez o teste, depois de ter tido contato com Nelsinho Trad (PSD), colega de Senado diagnosticado com a Covid-19.  A previsão é de que ela saiba hoje se foi infectada.

On-line - Para atender a recomendação do Ministério da Saúde, autoridades estão adaptando a forma como divulgam as informações. O prefeito Marquinhos Trad (PSD), por exemplo, vai fazer transmissão ao vivo na rede social, com possibilidade de perguntas de forma virtual, para evitar aglomeração e risco de contágio tanto para sua equipe quanto para os jornalistas.

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