Após divórcio, repaginar os cantos da casa trouxe vida nova
Casa dos anos 90 foi repaginada sem quebra-quebra para que a dona finalmente se sentisse acolhida
Quando a arquiteta campo-grandense Raína Alencar abriu o celular há uns meses, havia a seguinte mensagem de uma cliente: “Estou tendo uma ideia muito louca aqui e quero saber se você vai topar”. O que ela não imaginava era um projeto de repaginação numa casa dos anos 90 à distância, após a cliente se divorciar e ver que nada mais ali a representava completamente.
Foi então que Raína topou a ideia de usar a arquitetura como ferramenta positiva para o momento de transição de sua cliente. A casa era imóvel da família do ex há muitos anos, uma casa antiga típica dos anos 90, com móveis rústicos pesados e uma história que não era a dela.
“O pedido foi que a gente pudesse transformar esse espaço numa casa jovem, aberta para os amigos, com uma energia divertida, que tem tudo a ver com a dona do espaço. E isso seria feito completamente à distância, de forma remota, afinal o imóvel fica em Ribeirão Preto (SP)”.
A casa tem aproximadamente 200 m². A consultoria foi feita para praticamente todos os ambientes. “Só não mexemos na edícula nos fundos do imóvel. Teve área gourmet integrada com a sala principal, sala de TV, cozinha, suíte, quarto do filho e quarto de hóspedes com home office”, detalha.
A casa passou por diferentes mudanças. “Começamos adequando o uso dos ambientes. A sala principal da casa, antes, abrigava a sala de TV e um cantinho com um sofá subutilizado. A sala de jantar ficava numa sala separada, que fazia a transição para a área íntima da casa, por isso, invertemos essas funções e criamos uma dinâmica nova, com espaços com mais oportunidades de uso”.
A sala principal recebeu a mesa de jantar e ganhou uma grande porta de vidro para fazer conexão com a parte externa, onde criou-se uma área gourmet.
Além disso, foram repaginados os armários antigos, que por serem de madeira maciça, estavam em ótimo estado de conservação, mas tinham um aspecto muito pesado. “Pintamos todos eles”.
Os armários dos quartos ganharam pintura branca e novos puxadores. No banheiro social, azul marinho. E na cozinha, preto e rosa. “As cores contribuíram muito para a energia divertida desse projeto”.
Os revestimentos das paredes das cozinhas e banheiros eram muito característicos do período em que a casa foi construída e eram uma das coisas que a cliente mais detestava na casa. “Para evitar quebra-quebra, optamos também por pintá-los e trazer uma roupagem mais moderna para os ambientes”.
O reaproveitamento também fez parte de boa parte do projeto. “Afinal, estética e função caminham juntinhas. Reaproveitamos muitos móveis que a cliente já tinha”.
Por exemplo, a cômoda que usava quando o filho era bebê virou um aparador para a sala de TV. Mesinhas de cabeceira viraram mesas de apoio para receber os amigos na sala principal. A ideia não era puramente mudar a aparência das coisas, mas a forma como a cliente viveria aquele espaço dali em diante. “Não é só uma mudança das coisas, acompanhei uma grande mudança na vida dela e isso é muito importante”.
Sobre estilo, Raína explica que fica difícil estabelecer um rótulo para o que criaram. “Mas acho que caminhamos para a ideia de decoração afetiva, acompanhando a personalidade da cliente, que é uma escorpiana que ama estar com os amigos, tem uma veia artística que não pulsa, grita, e é uma pessoa muito divertida. A ideia foi trazer ao máximo a sua essência para esse lugar, para que ela realmente se sentisse em casa”, finaliza.
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