Descarte adequado e compostagem: primeiros passos para casa sustentável
Reduzir o lixo e dar um direcionamento correto, fazendo retornar para a natureza está ligado ao saneamento ecológico
Saneamento básico é primordial para o bem-estar da população. Ajuda a manter um equilíbrio entre seres humanos e natureza, e vai muito além do que ter água e esgoto tratado. Engenheira sanitarista ambiental, Ana Cláudia Braga, ensina como ter uma casa sustentável, partindo do princípio de que é preciso reduzir os resíduos.
O assunto é mais “embaixo”, e é preciso entender do começo. “Saneamento é uma estrutura de captação, tratamento e distribuição de água. Captação, tratamento e lançamento do esgoto. É também a captação e o destino final dos resíduos”, diz.
Até a drenagem da água da chuva no solo está relacionada. “Tem a ver com o direcionamento dessa água para não ocorrer alagamento. Todos têm direito ao saneamento, mas isso não acontece”, destaca a engenheira.
Ana Cláudia é especializada em saneamento sustentável. Ela explica que isso é uma alternativa tanto para as áreas que não recebem quanto para os locais que têm saneamento básico. “Sanear significa estar longe de doenças. O lixo é o resto de nós mesmos”.
Ela comenta que no Brasil apenas 40% do esgoto é tratado e em Campo Grande cada morador gasta cerca de 160 litros de água por dia. “Dessa quantidade, 80% vira esgoto e 20% fica no corpo”, afirma.
Contudo, a solução é mudar a prática e se conscientizar sobre a importância de preservar a natureza. “O saneamento sustentável é quando me responsabilizo e tento dar um destino melhor, reduzindo e repensando para onde vai o esgoto e a quantidade de água que vou ocupar”.
Então, um dos primeiros passos para contribuir com o meio ambiente é fazendo o uso consciente da água, controlando todas as torneiras e utilizando em casa apenas o necessário. “99,9% do esgoto é água e 0,1% é sólido. O desafio que faço é escovar os dentes usando apenas um copo de água. Isso vai ter resultado na conta depois”.
No saneamento ecológico também é feito o direcionamento do esgoto, que mais tarde vai servir como biofertilizante e será devolvido ao solo. “É uma forma de reutilizar, pois o esgoto tem mais capacidade de ser absorvido no solo que nos rios. A fauna e flora são mais resistentes que a aquática”.
Aos que estão a favor da natureza, a dica para reduzir o lixo é realizar o descarte correto dos materiais. “É possível se alimentar da casa. Separe os recicláveis da matéria orgânica em dois recipientes, um para o sólido e outro para o líquido. Do orgânico é feito a compostagem”, explica Ana Cláudia.
Os resíduos para a compostagem podem ser coletados em casa, na cozinha, no jardim, na rua ou até mesmo na casa dos vizinhos. “A matéria orgânica está disponível, e o processo pode ser feito todos os dias, de acordo com a quantidade que a pessoa produz”, conta a engenheira.
A mistura do lixo para compostagem é feita no sistema fechado, com minhocas Californianas. “Elas decompõem a matéria orgânica. O processo cria o Húmus que é o adubo orgânico, o chorume vira o biofertilizante e mais minhocas. Mas isso leva um tempo porque a natureza demora a reagir”.
O chorume começa a ser produzido na primeira semana e leva em torno de 120 dias para ser aplicado como biofertilizante. Contudo é preciso manejo certo e quantidade adequada para a cultura funcionar.
Com o resultado da compostagem é possível plantar sem usar produtos químicos que são prejudiciais à saúde. É uma forma de devolver para a natureza o que foi pego dela anteriormente. “É uma segurança alimentar e é possível fazer isso dentro de casa, plantando em vasos, caixas ou objetos que possam ser pendurados na parede”.
Curta o Lado B no Facebook e no Instagram
O que era rápido, melhorou! Seja exclusivo, cadastre o telefone (67) 99981-9077 e receba as notícias mais lidas no Campo Grande News pelo seu WhatsApp. Adicione na sua lista de contato, mande um "OI", e automaticamente você será cadastrado.