Família constrói casa de madeira para as filhas terem lindas memórias
Na Vila Nascente, Rose fez para as filhas as construções batizadas de ‘cajumora’ e ‘cajumanga'
Quadros, almofadas, cobertas e paredes cheias de frases escritas a giz branco. No Bairro Vila Nascente, as casinhas que ocupam o quintal de Rosimar Maria da Silva guardam as memórias de infância e adolescência do casal de filhas.
Natural de Miranda, Rosi veio para Campo Grande com a família em 2007 quando mudou para a residência que estava longe de ser o que é hoje. O quintal de 900 m² era ocupado majoritariamente por árvores frutíferas e muitas plantas, mas aos poucos a casa foi ganhando forma.
Funcionária pública, ela conta que há 17 anos a mudança para o bairro seria algo temporário. “A gente saiu do apartamento, a casa era pequenininha, tinha só o quintal. A gente mudou para cá para ficar só uma temporada, mas ficamos aqui porque era o que as crianças curtiam. As meninas foram crescendo e a casa foi tomando forma”, diz.
No movimento de construir uma nova sala, área gourmet, escritório, piscina, veio a vontade de construir as duas casas de madeira para que Sofia e Luísa pudessem brincar. Entre as árvores de amora, caju e manga, as casinhas batizadas de ‘cajumora’ e ‘cajumanga’ foram erguidas.
Rosi recorda que na época a ideia era que as casas fossem bem menores do que são. “Foi rápido, foi um mês assim. A gente chamou o carpinteiro e demos a ideia para fazer uma casinha bem menor e daqui a pouco virou”, diz. A moradora interrompe a frase em um riso porque no fim as casinhas não cabem no diminutivo.
Enquanto Rosi falava sobre o lar e a história das duas construções de madeira, a tempestade não dava trégua. Da varanda, que é formada por ‘paredes’ de vidro, era difícil ver as casas escondidas entre as árvores. Seria possível ver elas de porta horas depois quando o sol finalmente ‘saiu’.
Para chegar às casas é preciso passar pela passarela que leva até o corredor coberto pela planta trepadeira chamada ‘Chapeuzinho Chinês Vermelho’. Antes de iniciar o caminho, a funcionária pública conta uma curiosidade sobre a bicicleta amarela que está no jardim e serve para apoiar uma das várias plantas.
“Eu tenho essa bicicleta aqui por conta dele (pai), ele era corredor de atletismo e ciclismo profissional. Ele morou nessa casa por um tempo, faleceu, então a gente deixou a bike dele por um tempo. Ela é aquelas antigas”, fala.
Seguindo o caminho, ela chega à primeira das duas casas e começa a retirar os vasos que estão nos degraus. Depois, a moradora sobe e seguimos. Quando a porta abre, logo dá para ver as primeiras frases que ocupam as paredes quase que do chão ao teto.
‘O jeito de conhecer a vida é amar muitas coisas’, ‘Vem comigo com nois que no caminho eu te conto’, ‘Sofia, sua casa é linda’ e ‘Faça boas escolhas’ são algumas das frases que dividem espaço com datas, desenhos e muitos nomes de quem passou pelo local.
Para chegar a outra casa é só atravessar a ponte de madeira sustentada por cabos de aço. Segundo Rosi, as filhas brincavam dessa forma na infância, uma correndo para o lado da outra pela curta travessia suspensa. Com o tempo, ela explica que as casas foram deixadas de lado, porém antes disso foram bem aproveitadas.
“Elas usaram por muito tempo porque foi em 2008 isso. Elas usufruíram um bom tempo e depois na adolescência se reuniam com os amigos lá. Hoje ela tá meio abandonada, por um período ficou como meu espaço de meditação. Era o lugar onde eu fugia das coisas do dia a dia”, comenta.
Futuramente, as casas de madeira podem mudar de endereço e ocupar um novo quintal. Rosi pensa na possibilidade de levá-las para Camisão, distrito de Aquidauana, a 130 quilômetros de Campo Grande, onde investiu em um terreno.
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