ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, SEXTA  27    CAMPO GRANDE 30º

Arquitetura

Família constrói casa de madeira para as filhas terem lindas memórias

Na Vila Nascente, Rose fez para as filhas as construções batizadas de ‘cajumora’ e ‘cajumanga'

Por Jéssica Fernandes | 05/01/2024 07:40
Casa feita de madeira ipê foi construída no quintal em 2008. (Foto: Alex Machado)
Casa feita de madeira ipê foi construída no quintal em 2008. (Foto: Alex Machado)

Quadros, almofadas, cobertas e paredes cheias de frases escritas a giz branco. No Bairro Vila Nascente, as casinhas que ocupam o quintal de Rosimar Maria da Silva guardam as memórias de infância e adolescência do casal de filhas.

Natural de Miranda, Rosi veio para Campo Grande com a família em 2007 quando mudou para a residência que estava longe de ser o que é hoje. O quintal de 900 m² era ocupado majoritariamente por árvores frutíferas e muitas plantas, mas aos poucos a casa foi ganhando forma.

Funcionária pública, ela conta que há 17 anos a mudança para o bairro seria algo temporário. “A gente saiu do apartamento, a casa era pequenininha, tinha só o quintal. A gente mudou para cá para ficar só uma temporada, mas ficamos aqui porque era o que as crianças curtiam. As meninas foram crescendo e a casa foi tomando forma”, diz.

Rose mostra a ponta que liga as duas casas feita para as filhas. (Foto: Alex Machado)
Rose mostra a ponta que liga as duas casas feita para as filhas. (Foto: Alex Machado)

No movimento de construir uma nova sala, área gourmet, escritório, piscina, veio a vontade de construir as duas casas de madeira para que Sofia e Luísa pudessem brincar. Entre as árvores de amora, caju e manga, as casinhas batizadas de ‘cajumora’ e ‘cajumanga’ foram erguidas.

Rosi recorda que na época a ideia era que as casas fossem bem menores do que são. “Foi rápido, foi um mês assim. A gente chamou o carpinteiro e demos a ideia para fazer uma casinha bem menor e daqui a pouco virou”, diz. A moradora interrompe a frase em um riso porque no fim as casinhas não cabem no diminutivo.

Enquanto Rosi falava sobre o lar e a história das duas construções de madeira, a tempestade não dava trégua. Da varanda, que é formada por ‘paredes’ de vidro, era difícil ver as casas escondidas entre as árvores. Seria possível ver elas de porta horas depois quando o sol finalmente ‘saiu’.

Na residência, o quintal é predominado por plantas e árvores. (Foto: Alex Machado)
Na residência, o quintal é predominado por plantas e árvores. (Foto: Alex Machado)
No jardim, bicicleta antiga pintada de amarelo é lembrança do pai ciclista. (Foto: Alex Machado)
No jardim, bicicleta antiga pintada de amarelo é lembrança do pai ciclista. (Foto: Alex Machado)

Para chegar às casas é preciso passar pela passarela que leva até o corredor coberto pela planta trepadeira chamada ‘Chapeuzinho Chinês Vermelho’. Antes de iniciar o caminho, a funcionária pública conta uma curiosidade sobre a bicicleta amarela que está no jardim e serve para apoiar uma das várias plantas.

“Eu tenho essa bicicleta aqui por conta dele (pai), ele era corredor de atletismo e ciclismo profissional. Ele morou nessa casa por um tempo, faleceu, então a gente deixou a bike dele por um tempo. Ela é aquelas antigas”, fala.

Seguindo o caminho, ela chega à primeira das duas casas e começa a retirar os vasos que estão nos degraus. Depois, a moradora sobe e seguimos. Quando a porta abre, logo dá para ver as primeiras frases que ocupam as paredes quase que do chão ao teto.

Vasos ocupam parte da escada que leva a uma das casas. (Foto: Alex Machado)
Vasos ocupam parte da escada que leva a uma das casas. (Foto: Alex Machado)
Casas receberam nomes diferentes graças às árvores que as cercam. (Foto: Alex Machado)
Casas receberam nomes diferentes graças às árvores que as cercam. (Foto: Alex Machado)
Frases escritas com giz branco predominam as paredes. (Foto: Alex Machado)
Frases escritas com giz branco predominam as paredes. (Foto: Alex Machado)

‘O jeito de conhecer a vida é amar muitas coisas’, ‘Vem comigo com nois que no caminho eu te conto’, ‘Sofia, sua casa é linda’ e ‘Faça boas escolhas’ são algumas das frases que dividem espaço com datas, desenhos e muitos nomes de quem passou pelo local.

Para chegar a outra casa é só atravessar a ponte de madeira sustentada por cabos de aço. Segundo Rosi, as filhas brincavam dessa forma na infância, uma correndo para o lado da outra pela curta travessia suspensa. Com o tempo, ela explica que as casas foram deixadas de lado, porém antes disso foram bem aproveitadas.

“Elas usaram por muito tempo porque foi em 2008 isso. Elas usufruíram um bom tempo e depois na adolescência se reuniam com os amigos lá. Hoje ela tá meio abandonada, por um período ficou como meu espaço de meditação. Era o lugar onde eu fugia das coisas do dia a dia”, comenta.

Futuramente, as casas de madeira podem mudar de endereço e ocupar um novo quintal. Rosi pensa na possibilidade de levá-las para Camisão, distrito de Aquidauana, a 130 quilômetros de Campo Grande, onde investiu em um terreno.

Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.

Confira a galeria de imagens:

  • Campo Grande News
  • Campo Grande News
  • Campo Grande News
  • Campo Grande News
  • Campo Grande News
  • Campo Grande News
  • Campo Grande News
  • Campo Grande News
Nos siga no Google Notícias