Família ganha nova sala de 90 m² sem substituir móveis antigos
Sem jogar fora essência e história da família, arquiteta mostra antes e depois surpreendentes
Quando uma família do Jardim TV Morena entrou em contato com a arquiteta Emily Streck para falar do sonho de um projeto, ela encontrou pela frente uma casa antiga, cheia de memórias, peças de muito valor emocional e de uma arquitetura mais clássica. Logo de cara percebeu o apego familiar pelos detalhes, porém, todos da família concordaram que a casa precisava receber uma reforma para atualização.
O piso de ardósia já estava condenado, com aspecto escuro e velho. Degraus dificultavam a acessibilidade e parte dos móveis de madeira estavam tomados por cupim. O pedido foi: “Queremos reformar para deixar o ambiente mais leve, mais claro, porém sem desfazer dos móveis de madeira”, conta a arquiteta.
Esse foi o ponto de partida para a reforma de interiores da área social com aproximadamente 90 m². “Casas antigas contam um bom espaço de convivência, era comum grandes reuniões e festas na sala de estar”.
Emily iniciou a reforma pela área social, aonde a família mais se reúne, na sala de estar, na sala de jantar, tv e cozinha. A sala de tv foi preciso uma reforma significativa porque a estante existente estava tomada por cupim e boa parte da estrutura dela já estava condenada.
“Dessa forma não teve jeito, precisamos retirar, dedetizar e projetar uma nova estante no lugar. No projeto tentamos ser muito sensíveis ao manter a mesma funcionalidade de uma estante para apoio de memórias, fotografias, troféus e lembranças de viagem da família. Que casa de vó não tem um cantinho especial para isso? Como percebemos que ali era um ambiente muito utilizado pelos netos, filhos e avós, decidimos deixá-lo aconchegante, elegante e com boas lembranças”, explica.
O antigo móvel, que estava tomado pelos cupins, havia sido projetado para abrigar a televisão de tubo, que era super comum na época, porém com a chegada das televisões finas e modernas, ela foi parar na parede lateral sem nenhum apoio, painel e suporte, mais um motivo para terem procurado a arquiteta.
Emily e sua equipe fizeram análises minuciosas em todos os móveis existentes para conferir a presença ou não de cupins. “Estavam seguros e conservados. Com isso, propomos dar uma alegrada na sala de jantar, lugar aonde toda família se reúne diariamente no almoço, e tirar o aspecto mais sério e tradicional da cristaleira de madeira”.
A proposta foi a manutenção completa da cristaleira com troca de puxadores, dobradiças, corrediças e detalhes funcionais e a pintura com tinta automotiva verde, que trouxe todo charme e leveza para essa nova fase. “Todo nosso projeto teve fundamento em uma técnica conhecida como Retrofit, técnica de revitalização de construções antigas que tem como objetivo modernizar o espaço, corrigir problemas de infraestrutura e torná-lo mais seguro sem retirar seus elementos originais históricos e arquitetônicos”.
Emily destaca que é como se o profissional responsável fizesse um novo projeto usando os mesmos conceitos, mas aplicando novas soluções, tecnologias e materiais.
Na sala de estar, várias telas importantes, móveis de época e o piano que há muito tempo não recebia manutenção. Primeiro passo foi eliminar um degrau existente, substituir luzes antigas por um bom projeto luminotécnico com a tecnologia de LED e piso de porcelanato acetinado para facilidade de manutenção, limpeza e menos escorregadio do que a ardósia existente.
Na segunda etapa, arquiteta trocou estofados dos móveis e optou pela pintura em alguns casos de móveis com troca de puxador. “São pequenos ajustes que resgatam o valor e beleza dos móveis de época. O que mais choca é que foi possível transformar os ambientes sem perder a essência, sem abrir mão de toda história ali depositada, pelo contrário, valorizamos tudo aquilo que estava em ruína”, finaliza.
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