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Artes

Com polêmica gospel, Festival de Inverno será de 25 a 28 de julho

Vereador evangélico diz não se lembrar de apresentação religiosa no evento e faz reivindicação

Alana Portela | 12/04/2019 15:17
Festival e Inverno de Bonito durante show de Elza Soares, em 2016. (Foto: Divulgação)
Festival e Inverno de Bonito durante show de Elza Soares, em 2016. (Foto: Divulgação)

O Festival de Inverno de Bonito tem data marcada. Deve ocorrer entre 25 e 28 de julho de 2019 e já começa com polêmica no ar. As apresentações ainda estão no processo de escolha, mas durante reunião na Câmara Municipal da cidade, ontem (11), o vereador Edinaldo Pantera (PSDB) pediu que uma das noites seja gospel.

“Era o momento de opinar, dar voz a comunidade. Sou evangélico, membro da Assembleia de Deus. Os eventos anteriores nunca tiveram show gospel, são quatro dias, então que tenha uma noite gospel. É um pedido da população evangélica que representa 30% da cidade, cerca de quatro mil pessoas”, afirmou o parlamentar.

Para ele, o município “tem pouco dessa cultura”. “Não poderia deixar isso, tinha que fazer o pedido”, justificou. O vereador recorda que há uns três meses, Maracaju recebeu um evento gospel e a população de Bonito se mobilizou para participar. “Bonito mandou cinco ônibus para lá. Somos uma cidade pentecostal, que tem vários membros, independentes de placa de igreja”, falou.

Mas enquanto apresentava os argumentos pelo show gospel em plenário, Pantera foi vaiado. “No meu dizer, o inimigo se manifestou. Mas gostaria que tivesse o show gospel porque é uma oportunidade de trazer louvor”, destaca. Conforme o parlamentar, a programação do festival é feita sem a participação dos moradores da cidade.

“Vem tudo mastigado, as datas, shows e as oficinas. O Fórum de Cultura daqui procurou a Câmara em 2018, mas como estava decidido, não teve como fazer a audiência pública e falar da situação. Ontem foi um momento oportuno, e como uma das lideranças da bancada evangélica tenho direito de expressar e pedir esse show”, afirmou.

O vereador relata que esse será o 20º festival e não se recorda de ter ao menos uma participação de artistas do segmento religioso. “Não me lembro nenhuma vez, de ir no show gospel no evento. É dinheiro público e pode ser gastado, desde que licitado antes não importa se é funk, evangélico ou outro”, diz.

A sugestão foi passada para a secretária da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Mara Caseiro e será cobrada por Pantera. “Cobrarei a reivindicação porque tenho requerimento e fiz um ofício”, falou.

Mara Caseiro diz que está analisando o pedido do parlamentar, porém nada foi definido. “Será repassado para o corpo técnico e assessoria jurídica. É uma reivindicação nova, que pode ser entendida como se tivéssemos atendendo apenas um seguimento. Como também pode ser entendido como uma ação cultural, cada um tem um ponto de vista”, explica a secretária.

“Analisaremos porque a intenção é não discriminar, não ter preconceito contra qualquer segmento. Entendo que é justa a reivindicação, pois eles têm direito. Contudo, temos que ter o cuidado, avaliar a e ver se tem a possibilidade de atender”, afirmou.

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