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Artes

De família talentosa, Sônia exibe Pantanal através da cerâmica

Natural de Aquidauana, ela começou caminho na arte com pintura e em 2018 descobriu a cerâmica

Por Jéssica Fernandes | 11/10/2023 07:40
Peças de cerâmica inspiradas nos animais do Pantanal sul-mato-grossense. (Foto: Juliano Almeida)
Peças de cerâmica inspiradas nos animais do Pantanal sul-mato-grossense. (Foto: Juliano Almeida)

Sônia Costa Corrêa, de 61 anos, nasceu em uma família de artistas. Na casa onde cada um sabia fazer algo, ela também se encontrou artisticamente através da pintura. As telas foram o primeiro passo da aquidauanense que depois descobriu o artesanato e posteriormente a cerâmica.

Natural de Aquidauana, Sônia morava e trabalhava em Campo Grande, mas voltou para a terra natal onde dedica tempo a produção de cerâmicas. As obras dela carregam a identidade sul-mato-grossense e evidenciam a presença da fauna do Pantanal.

Os animais são os maiores símbolos dos itens decorativos e utilitários que a ceramista produz há cinco anos. Ao Lado B, Sônia fala sobre a trajetória com a arte e as experimentações que fez antes detrabalhar exclusivamente com a cerâmica.

Sonia Costa fala sobre a família e começo da trajetória artística. (Foto: Juliano Almeida)
Sonia Costa fala sobre a família e começo da trajetória artística. (Foto: Juliano Almeida)

Primeiro, ela conta sobre a família formada por pessoas talentosas em diferentes áreas. “Eu sou de uma família de artistas tanto do lado do meu pai, quanto da minha mãe. Tem gente que pinta, faz teatro, fábrica viola, então tem de tudo um pouco”, diz.

Sem mencionar datas e até mesmo a idade que tinha, a aquidauanense relata que encontrou nos quadros uma forma de expressão. “Eu comecei minha vida pintando, primeiro foi com pastel seco, depois tinta a óleo, tinta acrílica e depois comecei a fazer artesanato com osso”, recorda.

Formada em Educação Artística com especialização em Artes Plásticas, Sônia já evidenciava nas telas a influência do Pantanal. O artesanato com osso foi uma extensão do trabalho e durante quase trinta anos a artesã produziu peças nesse material. Sônia deu curso da arte no osso em Jardim, fez exposições, porém um dia precisou deixar tudo isso para trás.

Pratos carregam as cores e desenhos da onça-pintada. (Foto: Juliano Almeida)
Pratos carregam as cores e desenhos da onça-pintada. (Foto: Juliano Almeida)

“Eu fiquei 28 anos fazendo arte no osso e um dia amanheci com meu dedo duro, não conseguia mais abrir. Fui ao médico e deu problema no tendão aí agora é só cerâmica, cerâmica é terapêutico”, fala.

A despedida do artesanato com osso deu início a um novo capítulo na vida de Sônia. Desde 2018, ela descobriu na cerâmica uma nova possibilidade de artesanato e expressão. A mudança do ‘duro’ para o ‘mole’ foi algo que a agradou. A ceramista fala sobre a liberdade que a cerâmica traz.

“A cerâmica é uma coisa assim, por exemplo, o osso é limitado e eu não conseguia fazer uma peça grande. Com a cerâmica não, com a cerâmica você faz o que quiser. Comecei a fazer cerâmica e usei muito o feminino e o Pantanal foram os temas que mais usei”, afirma.

Porta-guardanapos tem dois lados e é inspirado no quati. (Foto: Juliano Almeida)
Porta-guardanapos tem dois lados e é inspirado no quati. (Foto: Juliano Almeida)

Seguindo esses temas, ela produz peças decorativas e utilitárias. Os principais destaques são os porta-guardanapos inspirados em quati, a fruteira inspirada em jacaré, o medidor de macarrão no formato de Ema e uma coleção de pratos que carregam os tons e desenhos da onça-pintada. O tamanduá, a capivara e o tuiuiú também têm espaço em suas criações. Algumas das canecas produzidas por ela carrega a silhueta desses animais.

Descrita como uma ‘ceramista singular de Aquidauana’, Sônia vez ou outra vem à Capital e traz algumas das peças, que são comercializadas em eventos ou encomendadas por clientes. O trabalho dela tem o selo Made In Pantanal, que é uma iniciativa do Sebrae de Mato Grosso do Sul para valorizar a cultura do povo pantaneiro e promover o desenvolvimento econômico.

Quem quiser conferir o trabalho dela, o Instagram é @soniacorrea1010

Canecas trazem detalhes das silhuetas da capivara, tamanduá e tuiuiú. (Foto: Juliano Almeida)
Canecas trazem detalhes das silhuetas da capivara, tamanduá e tuiuiú. (Foto: Juliano Almeida)

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